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Absurdo: Família espanca rapaz gay de 23 anos e, acuado, menino de 15 anos diz que foi violentado

Redação Lado A 10 de Abril, 2014 21h31m

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Acusando um jovem de 23 anos de abusar de V., de 15 anos, tios e a mãe do menino marcaram um encontro em São Carlos, interior de São Paulo, e agrediram o rapaz em praça pública até a chegada da polícia nesta segunda-feira. A família encontrou a conversa do menino com o rapaz e arquitetou a agressão. Os dois se comunicavam há uma semana e mantinham um relacionamento amoroso às escondidas. A família não aceitou o relacionamento e acusa o homem de seduzir e violentar o menino, que declarou que foi vítima de violência sexual.

O homem foi agredido com socos e pontapés na Praça Brasil, na Vila Nery, em São Carlos pelos familiares. A família ameaçou o rapaz de morte e o chama de estuprador, bandido e pedófilo. A mãe diz: “Vai criar um filho pra um vagabundo desse pegar”. Desolada, a mãe chora enquanto os irmãos e esposo ameaçam o rapaz de morte. Os policiais militares algemaram o rapaz e todos seguiram para a Delegacia da Mulher da cidade, que também atende os casos que envolvem vítimas menores de idade.

A agressão na praça foi gravada e exibida por um site jornalístico local. Em razão do menino ter 15 anos e agir por vontade própria, como mostram as mensagens trocadas entre os dois, não configuraria abuso. Segundo a lei, apenas menores de 14 anos de idade são vulneráveis, e a corrupção de menores seria configurada apenas mediante ameaça ou pagamento por favores sexuais. A reviravolta do caso se dá agora que o menor acusa o homem de o ter obrigado a praticar sexo contra sua vontade. Claramente, o rapaz atende aos pedidos da família, já que mantinha conversas no celular em que dizia que amava o suposto agressor.

A Lado A conversou com a Dra. Denise Gobbi Szakal, da Delegacia da Mulher de São Carlos, que informou que foi lavrado um boletim de ocorrência de violência sexual já que o menor afirmou que foi forçado a praticar sexo com o acusado. A violência sexual é crime e independente da idade da vítima. O acusado foi liberado e as investigações prosseguem já que não há flagrante. Outro boletim de ocorrência de agressão foi registrado no 1° DP pelo homem contra a família do menor.

Para o G1, a mãe do menor afirmou que a agressão foi por parte de populares e que já sabia que seu filho era homossexual e que esta não é a questão. Ela afirma que o filho foi convidado a ir ao cinema mas acabou violentado pelo comerciante. “Aí quando meu filho topou, ele levou meu filho para uma construção e o violentou. Eu sempre soube da opção sexual dele (do filho), nós não somos homofóbicos, mas isso para mim foi estupro”, teria afirmado a mulher.

Confira a agressão:

 
 
Redação Lado A

SOBRE O AUTOR

Redação Lado A

A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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