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Jesuíta Barbosa: O pernambucano que é o novo galã nacional

Redação Lado A 26 de Maio, 2014 19h30m

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De traços delicados e talento inquestionável, o ator pernambucano Jesuíta Barbosa Neto, 22 anos, se consagrou como o novo talento do cinema nacional. Também na TV, ele já vem ganhando destaque e popularidade, ao participar da série global Amores Roubados e já estar escalado para a nova novela do mesmo canal, “Rebu”. Por enquanto, ele viveu personagens nordestinos, mas seu tipo e talento o levam muito além, como pode ser visto em Praia do Futuro, seu mais novo trabalho no cinema. Outro estereótipo em seu currívulo é viver personagens homossexuais, foi assim em Serra Pelada, em que faz uma participação como um garimpeiro gay, ou em Tatuagem, em que vive um jovem militar homossexual em plena ditadura. Aliás, no longa, o jovem ator aparece nu em diversas cenas e mostra seu lado moleque. No cinema ele ainda irá estrear os longas “Jonas e a baleia” e o aguardado ‘O grande circo místico’, de Cacá Diegues.

Nascido em Salgueiro, cidade com 60 mil habitantes no sertão pernambucano, Jesuíta se mudou ainda criança para Fortaleza, onde começou a fazer teatro na escola. Ele leva em seu nome a religiosidade de sua bisavó, em seu jeito toda a doçura e inteligência do Sertão. A família apoiou sua carreira. De corpo magro e leveza delicada nos movimentos, seus olhos azuis fortes contrastam ao lado da sua firmeza nas palavras. Filho de policial, o rapaz largou os estudos para trabalhar mas nunca abandonou o sonho da carreira artística, uma realidade impensada no mundo onde nasceu e foi criado. Sobre rumores de ser gay, ele desconversa, prefere falar de sua carreira e não de sua vida pessoal.

Sobre a repercussão de Praia do Futuro, ela lamenta que o filme não tenha sido compreendido bem, em entrevista à coluna Famosidades, do site MSN: “Esperava uma resposta um pouco preconceituosa, pelo filme tratar tão abertamente as cenas de sexo. Fico triste de ver isso virar notícia. O Brasil está muito careta. A gente está num momento de transformação, de abertura. Homossexuais e suas questões estão na televisão. Mas recebem melhor quando é cômico. Como verdade, como fato, tudo gera um incômodo. Não entendo isso de as pessoas terem ameaçado gerente do cinema, por ele não ter “alertado” das cenas do filme. Isso é burro, é algo ignorante. Aliás, os cinemas não têm nada que carimbar “avisado” nos ingressos. Se não carimbam filmes que trazem cenas de amor hétero… Fico é triste, ao ver um país careta, mascarado. Ainda existe preconceito a ser enfrentado. Há muitas barreiras por serem quebradas, saltadas. O ‘Hoje eu quero voltar sozinho’ é outro filme que acho incrível. Ele é muito delicado, chega diferente do ‘Praia…’. De certa maneira, ‘Hoje…’ pede licença para a abordagem gay. O ‘Praia…’ vem potente nas cenas e no tratamento do tema”, afirmou ele.

 
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A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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