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Transgêneros militares de diversos países se reúnem e trocam experiências

Redação Lado A 24 de Outubro, 2014 15h50m

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A entidade American Civil Liberties Union realizou esta semana em Washigton, EUA, um inédito encontro entre transexuais integrantes de Forças Armadas. A I Conferência Internacional de Transexuais Membros de Forças Armadas teve participação de transexuais vindas de 18 países aliados dos EUA que já modificaram sua legislação, entre  eles Canada, Inglaterra, Israel, Suécia, Nova Zelândia e Austrália. O Objetivo do evento é pressionar o Pentágono a adotar medidas de integração da comunidade trans, como acontece no Canadá onde oito transexuais veteranas servem o país, além de ser garantido o ingresso das transexuais no serviço militar.

Em 1972, a Suécia foi o primeiro país a permitir a mudança de sexo e nos anos 90 passou a aceitar as transexuais nas Forças Armadas. O Pentágono se baseia na classificação do transexualismo como doença para barrar o ingresso delas e deles no quadro militar dos Estados Unidos. Em 1992, a Suprema Corte do Canadá julgou inconstitucional proibir as transexuais no serviço militar. Na Inglaterra nunca houve uma proibição.

Servindo as Forças Armadas do Canadá por 27 anos, a técnica em radares cabo Natalie Murray se transformou em 2002 e contou que quando voltou para sua unidade como mulher as pessoas esperavam uma drag queen.  “Muito ainda precisa ser feito em como a mídia nos retrata, ou os eventos LGBT, quando se fala em pessoas trans, é isso que eles imaginam. Uma drag queen… Parte da razão de eu me posicionar e ser quem eu sou é para combater isso”, afirmou a militar.

A major Alexandra Larsson, primeira trans sueca nas Forças Armadas, contou que em seu país, o ministro da defesa e o chefe das Forças Armadas participaram de Paradas Gays ao lado de seus militares gays assumidos, que são encorajados a sair do armário. 
 

Estima-se que 15 mil transexuais sirvam ao Exército dos EUA secretamente. O que serviria para educar e fortalecer as Forças Armadas acaba sendo um ponto de vulnerabilidade. Exemplo claro foi o militar Bradley Manning, hoje Chelsea E. Manning, que foi condenada a 35 anos de prisão por vazar documentos secretos do Exército norte-americano.  Um dos motivos da revolta com as Forças Armadas foi o estresse causado pelo bullying homofóbico, e transfóbico, que sofria.

No Brasil, há casos de militares transexuais dispensados em serviço por serem transexuais e ainda, e mais preocupante, são as jovens transexuais que precisarem se apresentar como todos os rapazes que são obrigados a se alistar aos 18 anos de idade. Ouvimos casos de que pessoas trans foram dispensadas sem sofrer nenhum tipo de homofobia direta ao se alistarem, mas foram chamadas pelo nome masculino de registro, o que por sí só já é uma violação e constrangimento.

 
Redação Lado A

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Redação Lado A

A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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