Neste Domingo, Curitiba recebeu a XVII Parada da Diversidade, realizada no Centro Cívico, que mais uma vez marcou frente na luta diária contra a homofobia. O evento realizado pela APPAD, Associação Paranaense da Parada da Diversidade, mais uma vez pediu o fim da homo, trans e lesbofobia, et ambém do racismo, este ano comemorando os 10 anos da associação. Com dois grandes trios e um público super animado, o evento foi bem menor que nas edições anteriores e foi realizado graças à persistência dos organizadores, uma vez que a falta de apoio estava clara.
Flagramos minutos antes da marcha começar a andar uma fiscal da Secretaria do Meio Ambiente questionar os organizadores quanto autorização para realização do evento, os organizadores mostraram um protocolo que a princípio a fiscal não queria aceitar mas acabou que o evento ocorreu depois que ela conversou com representantes da prefeitura do local. Mas este ano a equipe de limpeza pública não estava de prontidão para limpar a via, como nos anos anteriores. O evento precisou ter a sua data trocada por duas vezes, por falta de apoio institucional, como esse citado, de lentidão de retorno de autorizações e apoios efetivos, um corpo mole que se repete todos os anos. Mesmo assim os organizadores realizaram o evento tradicional, marco da luta contra o preconceito na cidade, com pouca verba e clara falta de vontade política.
Dois dias antes, um rapaz fora brutalmente agredido dentro de um ônibus da cidade. O caso foi relembrado no trio elétrico onde personalidades discursaram no evento. A vereadora professora Josete foi a única política a aparecer no evento. O prefeito mandou representante, o governador do estado do Paraná nem isso.
A Parada transcorreu sem incidentes, o evento foi grandioso em seu propósito e o calor nas primeiras horas ajudou a esquentar o clima da passeata que reuniu toda a diversidade humana, em todas as suas formas. Até um trailer de testagem rápida para o HIV da prefeitura desfilou no evento. Muitas drags, jovens, héteros, casais, mães com crianças e até membros de uma igreja gay da cidade. No final, shows agitaram em cima do trio elétrico principal, já em frente ao Palácio Iguaçu.
A Parada foi colorida e atingiu o seu propósito mais uma vez, dar visibilidade em uma sociedade marcada pela hipocrisia, que diz que aceita, mas prefere que tudo fique debaixo do tapete. Sobre os números de participantes, a Polícia Militar diz 20 mil, já os organizadores falam em 70 mil participantes. Em nossa estimativa, o número real foi menor ainda, mas pouco importa. Queríamos ver sim a comunidade e o poder público mais presentes, pontuando e agindo contra a homofobia todos os dias do ano.
