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Veja a evolução dos medicamentos e fatos que marcaram os 30 anos de luta contra a Aids

Redação Lado A 08 de Janeiro, 2016 10h03m

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Este ano registramos 30 anos de luta contra a epidemia da AIDS, que assola o mundo todo e registrou mais de 200.000 óbitos em decorrência da doença, e continua sem uma cura. No mundo, a história do vírus e da efemeridade começa na década de 1970. O HIV se disseminou rapidamente pelos continentes africano, asiático, americano e europeu e, já em 1977, os primeiros casos eram registrados nos Estados Unidos e Haiti. Ao passo que as descobertas sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida foram acontecendo, os governos começaram a desenvolver suas estratégias de combate e políticas sociais para ajudar a população infectada. Entretanto, em um primeiro momento, a comunidade LGBTQ foi fortemente hostilizada, uma vez que havia um senso comum errado de que a transmissão acontecia principalmente entre homossexuais e, assim, a culpa seria deles. 
 
No Brasil, essa ideia preconceituosa, também resquício da Ditadura Militar recém abolida no país, foi combatida com o trabalho das ONGs e Grupos gays que foram surgindo ao longo dos anos 80 e 90. Destaca-se o Grupo Somos, pioneiro. Hoje o trabalho das ongs, a maioria dela organizada por grupos gays, é apontado como fundamental em todo o mundo no combate à epidemia. Para conhecer um pouco mais da história, dos marcos e da evolução no tratamento, a Lado A preparou uma linha do tempo sobre os 30 anos da epidemia da Aids. Confira:

 

 

1976: Primeiro caso nos Estados Unidos
 
1980: Boletim Epidemológico reporta 1º caso no Brasil – A mídia divulgou a data de 1982, mas o boletin de 1980 já registrava um caso de óbito futuramente dado por conta da doença. A vítima era um homem que havia contraído por contato sexual.
 
1981: Jornal do Brasil – RJ – traz primeira matéria sobre a AIDS – O título da matéria era: “Câncer em homossexuais é pesquisado nos EUA”. Matéria de O Globo trazia título similar: “Doença misteriosa leva a morte de homossexuais”.
 
1982: Ano em que a mídia veicula o primeiro caso da doença no Brasil
 
1983: Travesti Brenda Lee cria pensionato para travestis soropositivas – O pensionato “Palácio das Princesas” foi criado para ajudar outras travestis infectadas. É o primeiro registro de casa de apoio a pessoas com a doença.
 
1986: Criação do Programa Nacional de Combate a AIDS – A Comissão Nacional de Combate à AIDS foi criada neste ano e ficou responsável pela elaboração do programa. A equipe era composta por cientistas e membros da sociedade civil.
 
Em 1983, São Paulo já havia criado, no âmbito da Secretaria Estadual de Saúde, um planejamento para atender os infectados do estado.
 
1987: Início do uso do AZT – Ficou estabelecido pela ONU, no dia 1º de Dezembro, que essa data representaria o Dia Mundial de Combate a AIDS.
 
1988: Cazuza admite estar infectado pelo vírus – Em entrevista para Zeca Camargo em Nova York, o cantor revela a sua condição de portador do vírus.
 
1988: Criação do SUS (Sistema Único de Saúde) – Dessa forma, a distribuição do remédio passou a ser responsabilidade do Estado.
 
1988: Uso do Coquetel – O “coquetel” consegue que muitos pacientes fiquem com sua carga viral indetectável no sangue.
 
1989: Primeiro Encontro Nacional de ONGs/AIDS – Aconteceu em Belo Horizonte.
Neste mesmo ano foi criado o primeiro grupo pela Vidda (Pela Valorização, Integração e Dignidade do Doente de AIDS).
 
1990: Morre Cazuza
 
1993: Projeto AIDS I, do Governo Federal – Governo empresta dinheiro do Banco Mundial e abre processo de licitação para ONGs no país.
 
1994: AZT começa a ser produzido no Brasil – Estudo mostra que o AZT reduz a transmissão de mãe para filho na gravidez e no parto. Definição para diagnóstico em crianças.
 
1995: Novas drogas antiretrovirais são descobertas – Uma nova classe surge: os inibidores de protoase.
 
1995: Fundada a Associação Brasileira de Lésbicas , Gays e Travestis. (ABGLT).
 
1996: Os serviços públicos de saúde distribuem AZT, ddi, ddC, 3TC, Saquinavir e Ritonavir.
 
2002: Profilaxia Pós-exposição ao vírus – O tratamento visa evitar a contaminação de pessoas expostas ao vírus em até 72hrs após o contato.
 
2005: Portadores com carga viral indetectável não transmitem a doença.
 
2012: Truvada – É eficaz tanto na pós-exposição quanto na pré-exposição.
 
2015: Novas proteínas para tratamento contra Aids são descobertas.
 
 
Redação Lado A

SOBRE O AUTOR

Redação Lado A

A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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