Não é só de bate cabelo e performances coreografadas que vivem as drag queens brasileiras, muitas enxergam na comédia uma oportunidade para fazer nome e entreter o público. Grandes nomes nacionais como Silvetty Montila, Nany People provam isso com seus trabalhos de palco. Mas é preciso ter muito cuidado, entenda o porquê.
Neste final de semana, Silvetty Montila sobe mais uma vez ao palco do Curitiba Comedy Club, na capital paranaense. Espaço que já foi a casa também de Nany People, considerada a embaixadora da comédia em Curitiba, que apresentou por mais de uma década o Risorama e o 1º Festival de Comédia do Curitiba Comedy Club, que aconteceu no Teatro Positivo. Em tempo, ela se apresentará no Festival de Teatro de Curitiba, no próximo mês de Abril, no dia 3.
Quem faz esse tipo de comédia sempre ressalta a importância de se ter noção do público com o qual se fala, noção de tempo e um bom repertório de piadas. Mas as drags vão além e talvez por isso cativem tanto os espectadores. Com uma série de bordões e uma habilidade natural para falar com as pessoas, a destreza no palco chega a ser hipnotizante.
Entretanto, em entrevista recente ao blog Não Faz a Frígida, a drag queen Malu Falcão levantou um ponto que deve sempre estar na mente de qualquer drag que faz comédia: é preciso ter muito cuidado com o que você fala enquanto se veste de mulher. Mas, como assim Malu? Ela explica que, ao se montar, o homem está se apropriando de valores que dão significado à mulher e que cabe às drags cuidar com as piadas e com o que se fala para, ao invés de ridicularizar a figura feminina e enaltecer o macho que está rindo, empoderar-se do seu lado mulher.
“Mulher não é fantasia. Não deve ser levada como tal. Por isso acho que a drag tem que se preocupar com o que ela faz e fala, pra mostrar que aquilo é um trabalho e não uma bobagem”, finaliza Malu.
Quem já assistiu Nany People e Silvetty Montila sabe bem como se faz.
Confira um vídeo de uma apresentação das duas:
