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Homofobia no Carnaval: Léo Santana e Baby do Brasil fazem comentários preconceituosos

Redação Lado A 11 de Fevereiro, 2016 17h16m

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Além de alguns casos de taxistas que maltrataram clientes gays no Rio de Janeiro, dois casos de homofobia de artistas ganharam destaque na mídia neste Carnaval. Parece que a festa pagã está cada vez mais conservadora.
 
Léo Santana
“Na moral, eu não entendo, tanta mulher bonita nesse arrastão e tem homem com homem que fica aí se beijando”, com essa declaração, o cantor baiano Léo Santana cometeu a maior gafe do Carnaval de 2016. Tudo aconteceu na última sexta-feira, 5, quando o artista estava animando a galera em cima de um trio elétrico no Circuito Dodô, em Salvador. Além da frase que dá margem para diversas interpretações, Léo disse que tudo isso era muita viadagem. 
 
O incidente rodou a internet no mesmo dia, gerando uma série de protestos nas redes sociais, Instagram, Facebook e Snapchat, do cantor. Grupos organizados LGBTs entraram com pedidos de retratação e denúncia no Serviço Municipal contra a Homofobia da capital baiana. No dia seguinte, o cantor negou ter intenções homofóbicas ao fazer aquela declaração e se defendeu. “Creio que eu, Leandro Santana, seja o único artista homem que tenho um carinho absurdo por todos os gays do mundo. Eu tenho pra caramba fãs que são gays e em hipótese alguma que faltaria com o respeito a eles”, afirma.
 
A superintendente de políticas públicas voltada para as mulheres da Prefeitura de Salvador, Monica Kalile, conta que pessoas do país inteiro tem se manifestado contra o cantor através do canal da organização. Segundo ela, o cantor pode ser punido desde com uma retratação pública, até a prestação de serviço comunitário e curso com cartilha gay. Kalile assegura que o caso está sendo apurado com o rigor que exige. 
 
Baby do Brasil
Já no Domingo, em Natal, após cantar Masculino e Feminino, que preza a liberdade sexual e de gênero, Baby declarou que “apesar das kengas, todo homem para mim é homem. O que talvez tenha faltado é uma boa mulher”. O evento ao qual ela era coroada madrinha é um bloco de homens travestidos, tradicional do Carnaval GLS da cidade. 
 
O público vaiou e ela ainda disse que aceitaria a faixa mas não a coroa pois era pastora evangélica. “A coroa é a única coisa que eu não vou poder colocar porque na minha cabeça tem uma coroa, a coroa do senhor Jesus”, disse ela.
 
“Gente, acabei de receber de amigos uma declaração na internet e não poderia deixar passar em branco essa oportunidade, pois nada do que está sendo dito condiz com a verdade. Tenho amigos e amigas gays há anos, que são inclusive muito íntimos da nossa família. O que declarei foi que para mim não importa a escolha sexual, pois ela não invalida de um homem ser homem ou uma mulher ser mulher”, declarou ela em seguida no Facebook.
E tem vídeo da declaração patética de Baby:

 
 
Redação Lado A

SOBRE O AUTOR

Redação Lado A

A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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