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RuPaul: “Eu nunca fui convidada para estar no programa da Ellen, do David Letterman ou e nem no Tonight Show”

Redação Lado A 26 de Março, 2016 13h36m

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Falsos boatos brasileiros dizem que ela seria atração confirmada no intervalo do Superbowl 2017, mas RuPaul, criadora do reality para escolher a nova superstar drag dos Estados Unidos Ru Paul´s Drag Race, deu uma entrevista importante para a publicação Vulture esta semana. Nela, a artista falou sobre a disseminação da cultura drag e como isso parece ser um fenômeno mainstream, mas na realidade não é. A justificativa é que fazer drag é justamente o oposto de se enquadrar no gosto dos outros.

Quando questionada se ela nunca se sentiu, ao longo da sua carreira, como uma personagem mainstream, ela desabafa: “Não. Na verdade, saiba que eu nunca fui convidada para estar no programa da Ellen, do David Letterman ou no Tonight Show, e tem uma razão para isso que eu não quero entrar. Mas há um motivo para eu nunca ter considerado ir a um desses programas. Porque faria com que os anfitriões se sentissem muito, mas muito desconfortáveis mesmo, especialmente se a gente realmente conversasse. Seria o oposto do que eles estão acostumados. Então, seria eu parte do mainstream? Não. As pessoas sabem meu nome, elas sabem como eu me pareço, mas eu sou convidado pra festa? Não, e há um motivo”, diz a drag que tem uma estátua em tamanho real nos famosos museus de cera da madame Trussaud.

 
De fato, por sua definição, mainstream designa algo que é de gosto da maioria da população. É um termo usado para definir algo que é muito comum e está disponível ao público geral graças a seu fácil entendimento. Sendo assim, de certa forma drag é o extremo oposto de mainstream, uma vez que é uma arte que foge das noções comuns e, com certeza, entendido de forma errada ou em nada compreendido pelas massas. 
 
É exatamente o que a RuPaul comentou. É preciso entender sobre arte, sobre performance, sobre gênero e suas teorias e compreender o corpo como um ato político para saber o que é ser uma drag queen. Por esses e outros motivos, conversar sobre isso com as pessoas pode crias diálogos incompreensíveis, com perguntas que podem tanger o preconceito e a ignorância. Não é modinha ser drag. Ver RuPaul não é popular. O que o reality proporcionou foi uma maior disseminação desse tipo de entretenimento e arte, assim como a divulgação de mais informação histórica. Mas está longe de ser um tópico adorado e dominado pela maioria da população, mas isso pode mudar, claro. 
 
Esta semana, sites brasileiros atribuíam ao site TMZ uma notícia que estaria certa a apresentação da super drag RuPaul no 51° Superbowl, final da liga nacional de futebol americano. A participação da maior drag queen de todos os tempos no evento esportivo de maior importância nos EUA com certeza significaria um novo patamar para a arte drag no mundo mas a notícia, por enquanto, não passa de boato. Este ano fãs da drag participaram de uma campanha on line para que ela fosse levada ao evento.
 
 
Redação Lado A

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A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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