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Como é a vida dos garotos que se exibem por dinheiro em webcams?

Redação Lado A 26 de Julho, 2016 14h00m

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A internet é um universo onde qualquer pessoa pode satisfazer qualquer fetiche ou desejo sexual. Aproveitando essa oportunidade, diversos sites se especializam em tipos específicos de “sexo virtual” e voyerismo, como, por exemplo, os que oferecem a exibição online de pessoas sem muita inibição para seus usuários, permitindo a comunicação entre eles. O método é uma fonte de renda para diversos brasileiros em sites como o Cam4 e o Chartubate. O mercado é dominado por russos, americanos, canadenses e europeus. Um universo à parte, os sites de câmeras são um verdadeiro mercado novo da prostituição e atraem curiosos e pessoas em busca prazer online.
 
Entender como é a vida de alguém que ganha dinheiro mostrando o corpo na webcam pode ser cheio de surpresas. No ano passado tentamos fazer uma matéria com algum brasileiro nesta nova profissão mas não conseguimos uma fonte. Boa parte dos profissionais se aventurava pelos sites ou eram profissionais do sexo também no mundo real. Queríamos mostrar alguém que vivesse da imagem apenas. Eis que achamos finalmente um caso a ser contado.

Por isso, compartilhamos a história trazida pelo blog MEL, sobre Brett, um loiro sedutor de 25 anos, de 1m75, de Nova Jersey, EUA, que ganha dinheiro através da webcam. 

 
Rotina
Como toda profissão, há horários a serem cumpridos, responsabilidades, e procedimentos para que tudo seja organizado, higienizado e o ganho seja satisfatório. É 7 horas da noite, num sábado, e Brett está se preparando para a sua performance. Ele já malhou, tomou banho, arrumou o cabelo e aplicou maquiagem em algumas manchas que prefere esconder no corpo. Antes da apresentação, um último passo deve ser cumprido: ele tira toda a roupa, deita entre o quarto e banheiro, levanta os pés na altura da cabeça e insere um fino tubo que sai de uma garrafa com água, o que garante um enema perfeito e o previne de problemas ao longo da transmissão. 
 
Às 7h40m, ele liga a câmera conectada ao notebook e, num cenário iluminado de azul, transforma a sua personalidade nerd heterossexual tatuado em a maior fantasia dos homens gays da internet. Começa com 20 fãs, mas logo atinge a marca de 400, que o assistem e pagam por sua performance. 
 
Brett se considera um modelo de webcam e trabalha no site Chaturbate. A prática é até comum nos Estados Unidos, como podemos ver no seriado norte-americano Heroes, onde a personagem Niki se exibe em sua webcam para conseguir dinheiro e sustentar seu filho. Segundo estudos, as empresas que exibem os modelos de webcam – na sua maioria bastante amadores – já receberam cerca de 2 a 3 bilhões de dólares em seus negócios. 
 
O modelo conta que recebe, em média, 1.500 dólares por semana ao trabalhar por cerca de 10 horas. Isso porque parte do dinheiro investido pelos usuários que assistem as exibições fica para a plataforma. O valor é impressionante se considerarmos que quase 70% dos usuários são homens em busca de mulheres e casais. Mas, para Brett, o seu sucesso se deve ao fato de ele investir em técnicas diferentes, que vão além de apenas fazer um strip-tease e se masturbar na frente das câmeras. 
 
Ele conhece os principais nomes das modelos femininas do ramo e assiste suas performances em um criterioso ritual de estudo profissional. Outro indício do seu profissionalismo é a forma com que trata os clientes, sempre com educação, cordialidade e respeito, mesmo quando está falando safadezas e incentivando a fantasia deles. Ele nunca divulga seu telefone e raramente conhece seus fãs pessoalmente. Até hoje, só conheceu dois dos seus maiores fãs mas nunca teve nenhum tipo de contato sexual com eles. 
 
Uma das partes mais surpreendentes da sua história é que a ideia para fazer esse tipo de trabalho surgiu da mãe de Brett, que tem uma mente aberta e reconheceu os atributos do corpo do filho. 
 
Quase um programa
O jovem é um gênio do entretenimento. Ele entende as necessidades dos seus fãs e, por isso, performa “quadros” que incorporam a sua rotina de apresentações. Além do seu show com brinquedos e strip, ele também performa números de BDSM, uma vez que um dos seus maiores investidores paga para vê-lo batendo em sua bunda e a deixando vermelha. Outro quadro que ele faz – o que dá mais dinheiro – é o “OhMiBod”, que é conectado ao computador e, de acordo com a quantia de gorjeta recebida pelos fãs, manda vibrações para a extremidade no corpo de brett, que ele geralmente conecta ao seu ânus. 
 
A intensidade da vibração varia de acordo com o número de “tokens” oferecido pelo usuário. O que força os espectadores a darem grandes gorjetas para assistirem Brett sofrendo grandes espasmos de tirar o fôlego enquanto se masturba. O modelo conta que essas performances são extremamente cansativas e leva bastante tempo para que se sinta recuperado. E finaliza dizendo que é preciso ser criativo e entender a necessidade do outro para alcançar o sucesso nesse meio. 
Brasil
Há alguns anos colocamos em nossa capa o modelo Felippe Braga, sucesso absoluto no país na internet. A história era parecida, mas o modelo se aponsentou e prefere não falar mais deste passado.

Confira a matéria completa, em inglês, e as lindas fotos do modelo feitas por Jared Ryder aqui.

 

Redação Lado A

SOBRE O AUTOR

Redação Lado A

A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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