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Quando você descobre que seu melhor amigo é seu amor

Redação Lado A 20 de Julho, 2016 17h13m

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Ter um sentimento maior do que amizade pelo melhor amigo é quase que comum. A diferença está no tratamento entre ambos, na intensidade – se é um amor platônico ou apenas um crush – e como cada um lida com a situação. Um leitor do site LGBTQ Nation, que usava o codinome ProbablyGay1, fez um depoimento fofo e ao mesmo tempo reflexivo sobre o seu relacionamento com o melhor amigo Ian. Confira:
 
“Ian e eu estávamos na mesma turma de Inglês no Ensino Médio. Eu assumi que ele estava fora da minha zona de amizades porque ele era realmente bonito – não do tipo trincado, mas geneticamente abençoado no departamento facial – inteligente e descolado. Então, o meu eu nerd assumiu que ele era super popular. 
 
Nós acabamos nos vendo bastante. Eventualmente, decidi que era hora de parar de ter medo dele e tentar ser amigo. Mais ou menos um ano depois de eu realmente ter começado a sair com Ian, rolou um momento revelador em que eu percebi que realmente era o melhor amigo dele. Todo aquele tempo em que eu conhecia ele, eu tinha assumido que ele tinha uma gama de bons amigos dos quais ele apenas não falava sobre. 
 
Eu estava tão errado sobre Ian. Sim, ele era quieto. Mas é apenas porque ele é meio introvertido e não gosta de falar sobre si mesmo. Além disso, descolado nada, Ian é tão nerd quanto eu. Ele assistiu todos os episódios de Pokemon, Digimon e Yu-Gi-Oh. A gente costumava se encontrar para fazer a tarefa de casa e assistir desenhos na residência um do outro. 
 
Hoje em dia: Eu e Ian estudamos em colégios diferentes, mas conversamos todos os dias. Puberdade tem sido bondosa comigo. Eu ainda não cheguei ao nível dele de beleza, mas tenho me sentido mais confiante ultimamente. Ultimamente, eu tenho pensado se Ian e eu somos mais do que melhores amigos. Alguns motivos:
 
Ian odeia ser tocado. No início, percebia que ele se sentia desconfortável quando eu tocava ele, então eu parei. Após algum tempo, ele começou a fazer. Quando estamos sozinhos, ele encosta em mim e coloca sua cabeça no meu ombro. Agora, nós estamos em contato físico o tempo todo, seja com ele se apoiando em mim ou passando o braço sobre meus ombros. 
 
De início, quando dormíamos um na casa do outro, um de nós dormia no chão, ou sofá. Agora, a gente divide a cama. Eu acordei com o braço dele ao redor de mim. Não vou mentir, meu coração bagunçou as coisas quando isso aconteceu. Eu acordei antes dele e pensei como aquilo era bom e como eu era sortudo. Ele acordou um pouco depois e encarou o meu sorriso. Eu disse: Gay. E nós caímos na gargalhada. 
 
Nós vamos nas viagens de férias juntos. 
 
Uma vez ele foi em uma viagem de pesquisa com o colégio. Quando voltou, ele me contou que identificou uma nova espécie de algo e que a nomeou em minha homenagem. Eu fiquei chocado e perguntei o porquê. Ele respondeu: “Quem mais eu poderia homenagear?”.
 
Nenhum de nós saiu em encontros recentemente. Pessoalmente, sinto que não encontrei alguém porque tenho Ian. Eu não tenho uma preferência de gênero e os meus amigos sabem disso. E Ian é sempre vago sobre o assunto. 
Quando estamos no colégio, ele me manda várias mensagens fofas, como “Estou com saudades” ou “Algo me lembrou de você”. Eu descobri pelos amigos dele que Ian fala muito de mim, o que foi um alívio, porque eu falo bastante sobre ele. 
 
A gente troca presentes por correio sempre. Ele me manda amostras de espécies que ele pesquisa, como rochas e folhas legais. Pode parecer bobagem, mas eu tenho um espaço reservado para elas. Tenho certeza que se ele me mandasse cocô da sua pesquisa, eu ainda assim guardaria. 
 
Enfim, eu penso sobre ele o tempo todo. É embaraçoso o quanto eu chego a gostar dele. Ele consegue fazer meu dia valer a pena apenas mandando uma mensagem. Nosso relacionamento tem muitas coisas que amigos heteros fazem, mas tantas outras que não.
 
Eu me formo do colégio este ano, enquanto ele permanecerá para conquistar um diploma mais alto. Pela primeira vez na vida, posso escolher onde morar, mas percebi que o que eu quero mesmo é morar com ele. Mas sinto que se formos morar juntos, eu finalmente preciso descobrir se somos apenas amigos ou namorados. Ele é bastante reservado, então parece que terei que ter muita coragem para tomar essa decisão”.
 
Fofo, não é?
 
Redação Lado A

SOBRE O AUTOR

Redação Lado A

A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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