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Estado da Austrália revoga lei que protegia assassinos de LGBTs

Redação Lado A 24 de Março, 2017 03h43m

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Imagine no Brasil uma lei que protegeria assassinos de homossexuais com a alegação de defesa contra investidas. Pode parecer um absurdo, mas dois estados da Austrália contavam com uma legislação semelhante até que o Parlamento do estado de Queensland votou a reforma que revogou a lei do código penal. Conhecida como “Gay panic defense”, ou defesa por pânico contra gays, a legislação só está em vigor no estado da Austrália Meridional.

 
Em 2008, Wayne Ruks, 45, foi espancado até a morte no pátio da igreja católica St Mary de Maryborough. Os autores do crime foram condenados por homicídio culposo, ao invés de assassinato, uma vez que afirmaram que a vítima teria feito investidas sexuais contra o grupo. Gays, lésbicas, bissexuais e transexuais estavam sujeitos à lei discriminatória. 
 
O crime chocou os moradores do estado, incluindo o Padre da paróquia de St. Mary, que iniciou uma petição para derrubar a lei, conseguindo 290 mil assinaturas.
 
Palavras de alívio
A ministra de Justiça de Queensland, Yvette D’Ath, pontuou que a derrubada é um progresso no código penal. “A aprovação dessa mudança ajuda a enviar uma mensagem de que discriminações não serão aceitas e que nós nos importamos com a comunidade LGBTI”, declarou.
 
A mãe de Wayne também comemorou a revogação. “Apesar de não trazer o meu filho de volta, é uma pequena justiça que poderá salvar a vida de muitas pessoas no futuro”, emocionou-se. 
 
Nova Zelândia, Reino Unido e Estados Unidos contam ou já contaram com legislações similares ao “gay panic defense”. Semelhante ao atenuante há o “trans panic defense”, que foi usado em casos de crimes nos Estados Unidos, no estado da Califórnia e de um crime no Harlem, em Nova York, em 2013.
 
Redação Lado A

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Redação Lado A

A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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