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Alerta: Todos os dias, pelo menos um jovem HSH contrai o vírus HIV em Curitiba

Redação Lado A 05 de Abril, 2017 02h58m

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Curitiba é uma das cidades modelos no diagnóstico e tratamento de pessoas com o vírus do HIV. Mesmo assim, os índices de novos casos do vírus aumentam ano após ano, tanto entre heterossexuais, quanto entre a categoria de homens que fazem sexo com outros homens (HSH). Só em 2015, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde, Curitiba registrou cerca de 500 novos casos de homens que transam com outros homens infectados pelo vírus do HIV, o que daria uma média maior do que um por dia.

 
Um acompanhamento de 15 anos do órgão viu os índices subirem mais de 200 casos anuais entre gays e HSH, até os 500 em 2015. Mas os números não refletem a realidade, uma vez que no início da década de 2000, a testagem não era amplamente praticada, como hoje.  A partir de 2015, com o programa A Hora é Agora, uma pesquisa da Fundação Fiocruz em Parceria com o CDC, o número de testagem por ano cresceu consideravelmente, o que fez, também, que mostrasse números de um panorama mais realista sobre o HIV na cidade.
 
Em Curitiba, mais de 5 mil testes são realizados por mês, mas a meta é passar dos 10 mil. Entretanto, campanhas públicas de prevenção reduziram seu apelo. Apesar do forte apelo ao uso de preservativos dentro dos postos de saúde e ongs, as mensagens de prevenção acontecem quase que unicamente durante o período de Carnaval. Dessa forma, a população depende de projetos de testagem como o “A Hora é Agora” para se informar. Nas escolas, o assunto é ignorado e os jovens não estão se cuidando. É um fato: Quase 300 casos foram diagnosticados apenas entre jovens gays e HSH de 13 a 28 anos no ano de 2015.
 
Perigos
Especialistas apontam que esse aumento no número de casos entre gays pode se dar por diversos motivos, inclusive por uma falha sistemática na abrangência da testagem. Outras duas hipóteses são a ineficácia dos programas de combate ao vírus do HIV e de prevenção, assim como a popularização da prática do sexo bareback, sem camisinha, e do chemsex, sexo aliado ao consumo de substâncias químicas por períodos prolongados, aumentando a exposição. 
 
Os aplicativos de pegação também são lembrados, uma vez que muitos deles promovem a liberdade sexual sem mensagens de prevenção e incentivo ao sexo seguro. O abuso do álcool é outro tema constante, assim como a baixa auto estima da população, que colabora para a não aderência ao uso do preservativo.
 
 
Redação Lado A

SOBRE O AUTOR

Redação Lado A

A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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