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Caso de professor morto em Curitiba expõe crime comum contra não assumidos

Redação Lado A 15 de Junho, 2017 07h08m

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Gabriel Mateus Belinski, 21 anos, atraiu o professor de Biologia da rede pública Flávio Ávilla, de 53 anos, até a sua casa no bairro do Boqueirão onde ele e um menor mataram o docente no último dia 06, terça-feira. O corpo foi encontrado às margens da BR 277, em São José dos Pinhais, na sexta-feira, três dias após o crime. Assassino e vítima viviam vidas duplas, expostas após o crime.  
 
A polícia chegou aos assassinos depois que a esposa do rapaz confirmou que o marido estava dirigindo um veículo Captur prata sem placas, qual acreditava que era alugado. Ao ser questionado, o homem confessou ser o carro roubado da vítima e o crime. Ele então levou os policiais ao local de desova do corpo e apontou o menor que, segundo ele, matou o professor a facadas.
 
O crime de latrocínio, roubo seguido de morte, é comum contra pessoas que escondem a sua sexualidade. A exposição da vítima após a morte, e de sua família, a qual a vítima passou a vida tentando preservar, é outro desfecho trágico para esse crime. Ainda, 37% dos homicídios dos crimes contra LGBTs são cometidos a facadas.  A profissão de professor também é a ocupação que mais aparece entre as vítimas homossexuais. Garotos de programa ou jovens estão entre os autores de maioria dos crimes contra homens gays, segundo dados do relatório de crimes contra LGBTs do Grupo Gay da Bahia, que aponta ainda os jovens como maiores vítimas destes crimes.
 
O criminoso se apressou a afirmar para a imprensa que não tinha envolvimento sexual com a vítima e a apontar o menor como culpado pelo crime. Segundo o acusado, o professor o chantageava e ele não tinha intenção de matar a vítima, apenas roubá-la. Estas são outras características de crimes como estes, que reforçam como a homofobia e a autorrejeição, em ambos os casos, levam pessoas à marginalidade. Segundo o rapaz, ele desconhecia que o professor tinha família. Para a polícia, os dois já se conheciam há pelo menos três meses e o excesso de confiança da vítima no criminoso o levou para a morte.  
 
Redação Lado A

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A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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