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Identidade de gênero x orientação sexual: entenda a diferença

Redação Lado A 30 de Agosto, 2017 23h06m

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Muitas vezes, diante de uma pessoa que assume sua sexualidade surgem muitos questionamentos. “Então quer dizer que você vai virar homem?”, “vai virar mulher?”, “vai cortar o cabelo agora?”, “vai pintar as unhas?”. Essas e várias outras questões são fruto do desconhecimento de certos termos e vivências que muitas vezes se confundem.
 
Para esclarecer o assunto de forma bem didática, suponhamos que um homem assume-se homossexual e escuta a seguinte frase: “então você é homem/agora vai ser mulher”, a resposta é não. Assumir-se homossexual é tão somente relacionar-se com pessoas do mesmo gênero, e não mudar sua identidade de gênero. A diferença é de que identidade de gênero é construída de acordo com a forma que o indivíduo se sente, podendo sentir-se ou definir-se como homem, mulher, ou gênero neutro/fluido, independente do que diga a sua genitália ou de quem ela goste. Já a sexualidade diz respeito a como o indivíduo se relaciona com outras pessoas, ou seja, pessoas que se relacionam entre si e se identificam com o mesmo gênero são homossexuais. Pessoas que se relacionam com pessoas de todas as expressões de gênero, são os pansexuais, e ainda, os bissexuais que se relacionam com dois gêneros, geralmente feminino e masculino. E ainda os heterossexuais, que são atraídos por pessoas do sexo oposto.
 
Desmembrando ainda mais o assunto, do viés das pessoas trans, é necessário considerar a liberdade do indivíduo em se identificar dentro de algum gênero, ou fora dele, e se relacionar com as demais identidades. Uma mulher transgênero, isto é, que foi designada homem ao nascer, mas na verdade é uma mulher, que se relaciona com outra mulher, seja transgênero ou cisgênero, forma uma relação lésbica. Cisgênero é o individuo que está em concordância com o gênero que lhe foi designado ao nascer, de acordo com sua genitália. Nesse sentido, muitas pessoas trans são confundidas com gays, mas na verdade podem formar também casais heterossexuais ao se relacionarem com outro gênero. 
 
Movimentos transfeministas questionam a sigla LGBT por misturar sexualdiade com identidade de gênero. As letras “L” (lésbicas), “G” (gays) e “B” (bissexuais), referem-se às sexualidades, enquanto o “T” refere-se à identidade de gênero, ou seja, outra categoria de análise em que se encaixa o individuo quando da checagem de seus grupos sociais. Talvez por se tratar de um movimento geral, LGBT englobe as pessoas transgênero no sentido de diversidade sexual, o que muitas vezes pode causar confusão. 
 
Em meio a diversos termos, as Drag Queens também são confundidas com gays ou trans e travestis, quando muitas vezes não o são. Drag Queens são fantasias performáticas de gênero, uma prática momentânea que não define o indivíduo como homem ou mulher. Enquanto as Drag Queens se vestem exageradamente de mulher, os Drag Kings performam homens, sendo que por trás das fantasias estão pessoas de vários gêneros ou sexualidades, por isso, não necessariamente são todos homossexuais ou trans. Existem ainda os crossdressers que também performam outros gêneros, mas num contexto de satisfação pessoal, não artístico. 
 
Redação Lado A

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A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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