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XVIII Parada da Diversidade LGBTI de Curitiba trouxe o brilho e o calor com 60 mil pessoas

Redação Lado A 06 de Novembro, 2017 23h37m

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No último domingo, 5 de novembro, aconteceu a 18ª Parada LGBTI de Curitiba. Em meio ao tempo fechado e com garoa fina, milhares de pessoas se reuniram na Praça 19 de dezembro em direção à Praça Nossa Senhora da Salete, no Centro Cívico. O tema do evento deste ano é “O que eu tenho a ver com isso?”, elaborado com o intuito de aproximar a sociedade do movimento para que contribua com o fim do preconceito.

O evento começou às 11 horas da manhã, com concentração em frente à Praça 19 de dezembro, onde foram apresentados todos os movimentos e entidades envolvidas com a organização. Márcio Marins, presidente da Associação Paranaense da Parada da Diversidade – Appad, que conduzia o evento, considera que o público fez da Parada um momento especial,e que a luta contra o preconceito é diária. Para o organizador, vivemos um momento de extrema opressão, com direitos negados e políticas que dificultam a cidadania dos LGBT’s, como o projeto de “cura gay”.  “A chuva atrapalhou um pouco, mas o público está dentro de nossa expectativa. A humanidade já nos tratou como pecadores; pecadores, criminosos e doentes, mas isso já foi retirado pela Organização Mundial de Saúde. O que tem que ser tratado é o preconceito e a homofobia”, disse Márcio, que contabilizou mais de 60 mil pessoas no evento. 
 

A novidade desta edição foi o lançamento do hino oficial da Parada LGBTI de Curitiba. A música “Amar não é pecado” dos cantores Noemi Carvalho e Siamese embalaram o grito da multidão pelo fim do preconceito e violência contra a população LGBTI. Segundo estatísticas levantadas pelo Grupo Gay da Bahia, um LGBT é morto a cada 25 horas no Brasil. No mesmo evento, foram apresentadas à população as vencedoras do concurso Miss Curitiba Trans, realizado poucos dias antes da Parada LGBTI. Priscila Belli foi a vencedora do concurso e, em sua fala de cima do trio elétrico, agradeceu a participação de todos e somou forças na luta contra a transfobia. Thayla Santos e Melissa Venezian conquistaram o segundo e terceiro lugar, respectivamente.
  
Atrações como a cantora de funk Mc Mayara, que tem o título de Cidadã da Parada, o cantor Siamese com seu projeto “Som do Grave”, a cantora Thiala Arlequina e show das Drag Queens, agitaram a multidão em volta do trio elétrico. Shasmyra Brondy, eleita a Rainha da Parada também se apresentou como Drag Queen. Ao seu lado, estava presente o garoto da Parada, Henrique Moreira, representando o movimento LGBTI negro. As apresentações encerraram-se às 20 horas no Centro Cívico, com o show da banda Pitombas do Amor.

Alguns participantes reclamaram do frio e da garoa, mas o calor humano aqueceu os presentes. Para Andressa Patrícia, “esse momento é muito importante para mostrarmos para a sociedade que a gente existe, e que merecemos respeito independente de qualquer coisa. Ser LGBT não é crime, nem vergonha. Temos que mostrar nossa cara, sim!”. No mesmo dia e horário do evento acontecia a prova do Exame Nacional do Ensino Médio – Enem, o que dificultou a participação de muita gente. Mesmo assim, a festa foi incrível, contando com a colaboração de pessoas brilhantes, sendo essencial para dar um basta colorido no preconceito.

A 19ª Parada LGBTI de Curitiba está prevista para o dia 4 de novembro de 2018. O tema do próximo evento ainda não está definido, mas a organização já está trabalhando para que o evento traga suas cores mais uma vez para a capital paranaense.

 

 

Redação Lado A

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Redação Lado A

A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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