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Corpo de transexual desaparecida é encontrado em matagal de Florianópolis

Redação Lado A 12 de Dezembro, 2017 13h36m

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Júlia Volp, transexual de 20 anos, foi encontrada morta na tarde de segunda-feira, dia 4 de dezembro, em um terreno baldio no bairro Ingleses, em Florianópolis. O corpo da jovem estava em avançado estado de decomposição e teve a identidade confirmada pelo Instituto Médico Legal (IML), que recolheu o cadáver que apresentava ferimentos de faca para demais exames.
 
A jovem é natural de Morro da Fumaça, no estado de Santa Catarina, foi vista com vida pela última vez no dia 29 de novembro no mesmo bairro em que seu corpo foi encontrado, próximo ao local onde a jovem se prostituía. De acordo com a Polícia Civil, Júlia começou sua transição aos 12 anos de idade, e desde muito cedo fazia serviços sexuais. O delegado Ênio de Matos, da Delegacia de Homicídios investiga o caso.
 
Segundo o namorado da jovem, Bruno, Júlia trabalhava com venda de sandálias e objetos de moda, mas foi à Florianópolis juntar dinheiro para ir à Itália, após uma tentativa de viagem frustrada. A jovem foi deportada pelo governo italiano há alguns meses, e sonhava em voltar para o país, nem que para isso fosse preciso juntar dinheiro através da prostituição em Florianópolis. “No dia 21 de novembro, a Júlia tinha ido para a Itália, onde ia trabalhar lá. Só que ela foi barrada no aeroporto porque a agência que a tinha levado não pagou o hotel. Depois disso, ela voltou pro Brasil e ficou na minha casa. Ela queria juntar mais dinheiro para voltar para a Itália, era o sonho dela”, disse Bruno.
 
No dia 28 de novembro, um dia antes de seu desaparecimento, a mala de Júlia que estava apreendida no aeroporto voltou para a casa do namorado Bruno, com quem tinha um relacionamento há pelo menos dois anos. A mala era a última coisa que Júlia estava esperando para ir à Florianópolis. O namorado relatou que tentou convencer a moça a não ir para cidade, devido ao perigo e os casos de violência crescentes dos últimos dias, mas não obteve sucesso. 
 
Júlia viajou para Florianópilis junto de uma amiga no dia 29 de novembro, mesmo dia em que foi vista com vida pela última vez, e segundo essa amiga, a jovem foi para a casa de uma pessoa que gerenciava os programas sexuais no bairro Vargem do Bom Jesus. Júlia deixou suas coisas na casa dessa pessoa e seguiu para o bairro dos Ingleses Norte, onde desapareceu minutos depois. “A amiga dela contou que um homem, que estava a pé, chamou e pediu para fazer o programa. Ele teria ido andando na frente e ela um pouco mais atrás. Depois a amiga não a viu mais. Ali naquela região é comum eles fazerem programas no matagal, quando não querem pagar motel”, disse Bruno. 
 
O enterro de Júlia Volp aconteceu no dia 5 de dezembro, pela manhã, na cidade de Morro da Fumaça, onde a jovem nasceu. O velório foi realizado com o caixão fechado, em função do estado do corpo. A família da jovem deve comparecer à Florianópolis nas próximas semanas com o intuito de ajudar nas investigações.  
 
 
Redação Lado A

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A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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