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Pornô gay é esquecido nas locadoras

Redação Lado A 22 de Outubro, 2007 10h35m

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A indústria cinematográfica pornô está se tornando cada vez mais desenvolvida e hoje podemos encontrar em vídeolocadoras todos os estilos de filmes adultos graças à grande diversidade de pessoas e estilos no Brasil. O filme pornô é bastante procurado, sendo quase que 100% por homens, as mulheres somam pouquíssimas locações. O pornô gay existe no Brasil há muitos anos, mas ainda é tabu para muitos, a vergonha ainda é o principal motivo pela pouca procura pelos títulos gays.


A Lado A foi até uma rede de vídeo locadoras em Florianópolis, Santa Catarina, para saber como é a procura por filmes deste gênero e descobriu que o gay, por incrível que pareça, é preconceituoso com os filmes e muitos trocam o pornô gay pelos pornôs heteros. Os filmes pornôs geralmente ficam em locais fechados, separados dos demais gêneros para uma maior privacidade dos clientes, mas a grande parte dos clientes ainda têm vergonha de pegar tal tipo de filme. Filmes pornográficos não têm outra finalidade a não ser para “sacanagem”, revela o proprietário e gerente de uma rede do setor. “Todo mundo sabe que se você está locando um filme pornô, seja ele filme de sexo hétero ou gay, é porque vai fazer alguma coisa… E é sadio, todo mundo faz”, diz ele.

Segundo o gerente, a procura por filmes pornôs gays na maioria das vezes é feita por pessoas acima dos 40 anos. Homossexuais jovens ainda não têm o costume de locar estes filmes, acredita ele que por vergonha ou até mesmo por descrição. “Muitos preferem levar filmes héteros, por isso, não investimos muito na compra de filmes do gênero”, revela. Segundo ele, de 100 cada filmes pornôs adquiridos, um é gay e dois têm como temática principal sexo com travestis.


Diferentemente dos homossexuais masculinos, as lésbicas mostram mais a cara e sem medo invadem as salinhas onde ficam os filmes. “Acho que para a lésbica é mais fácil”, revela o gerente. A cada dia, a indústria pornô vem ganhando novos adeptos famosos, são os casos de Alexandre Frota, a rainha do rebolado Gretchen, Rita Cadillac – ex-chacrete e musa dos presos do Carandiru – , do Oliver ator do famoso ‘teste de fidelidade’ da Tv, que também entrou no ramo. Além de Márcia Imperador, Bianca Soares travesti que ficou famosa ao participar do extinto programa “Casa dos Artistas” do SBT, Mateus Carrieri, entre outros. Dentre os atores pornôs citados, três já fizeram filmes gays: Alexandre Frota contracenou com Bianca Soares e Rita Cadillac já fez filme com outras mulheres.


Existem vários estilos de filmes pornôs e eles buscam satisfazer ou aumentar o fetiche. Há filmes envolvendo sexo com animais, com objetos, sadomasoquismo, lesbianismo, com cenas bissexuais, travestis, homossexuais mas os filmes heteros ainda são a maioria e vão continuar sendo por muito tempo. Isso porque no Brasil são poucas empresas que investem no gênero gay, até por uma questão de marketing, já que filme homossexual quase não se tem rotatividade nas prateleiras. Na indústria do cinema pornográfico gay, se destacam as produtoras “Ícaro Estúdio” e “Sex Boys”, que produzem muitos filmes e são os mais conhecidos do ramo e exportam suas produções. Há também os estúdios quase caseiros que dificilmente sobrevivem muito tempo, já que os filmes acabam praticamente esquecidos nas prateleiras dos vídeos locadoras.

Três motivos colaboram com o enfraquecimento deste mercado: um é a falta de costume dos gays de locarem estes filmes, outra é a vergonha de ser visto locando tal produto, e a mais grave, a facilidade de se baixar em casa, pela internet, uma variedade infinita de filmes pornográficos, a famosa pirataria.



 

Redação Lado A

SOBRE O AUTOR

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A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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