Pequeno manual de termos politicamente corretos

Redação Lado A 02 de Novembro, 2005 06h38m

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Em letras garrafais estava lá a palavra HOMOSSEXUALISMO, que bateu como uma bigorna. Essa palavra tem um significado super pejorativo para as pessoas atualizadas, ainda mais para alguém que trabalha com direitos humanos. Por isso, resolvi esclarecer alguns termos muito utilizados, que podem ofender algumas pessoas.  Quem utiliza o termo politicamente correto, vai mostrar além de estar atualizado, ser uma pessoa que sabe o que fala. Este manual é dedicado aos profissionais de todas as áreas, principalmente para profissionais de saúde e comunicação.

– Homossexualismo Jamais! HOMOSSEXUALIDADE é o correto. Até 1982 homossexualidade era considerada uma patologia pela organização mundial de saúde, o sufixo ‘ismo’ remete a doença, a partir da saída desta lista a palavra passou a ser evitada, ao contrário, soa como chamar alguém de doente.



– Viado, bicha, Queima… Para quê? Use GAY , HOMOSSEXUAL ou ENTENDIDO. Os outros termos são totalmente pejorativos e soam como preconceito. Além de ofender uma pessoa você pode até receber uma resposta mais agressiva pois, o significado para quem escuta, pode não ser tão inocente quanto o que você acha que foi.
 


– Aidético Nunca! O correto é SOROPOSITIVO ou PORTADOR DO HIV, quem tem o vírus HIV não é doente, o vírus causa um problema imunológico, segue-se o mesmo raciocínio do primeiro. Além disso, este termo foi muito utilizado no início da epidemia da aids e trás toda a carga pesada do preconceito da década de 80.



– Prostituta, não use termo, mesmo com elas pedindo para serem chamadas assim! Fale PROFISSIONAL DO SEXO ou GAROTA(O) DE PROGRAMA. A mais antiga profissão do mundo está cada vez mais ganhando status de serviço, o termo prostituta também trás o preconceito e esquece que é um ser humano que muitas vezes está ali pelo seu ganha pão.



– Drogados, viciados, drogaditos… não! O certo é DEPENDENTE QUÍMICO ou USUÁRIO DE DROGAS. O modo de chamar as pessoas que precisam de químicos ilícitos por uma maneira mais respeitosa faz parte dos programas de redução de danos (programas para diminuir a infecção pelo hiv-aids em usuários de drogas injetáveis) e também dos programas de desintoxicação. A final, queremos criar uma melhor auto-estima nas pessoas!



– Opção sexual… risque do seu vocabulário! Só fale ORIENTAÇÃO SEXUAL. Está comprovado que ninguém escolhe o que dá tesão, ou pelo que se sentir atraído.  São diversos os fatores mas não se trata de opção. A palavra Orientação remete aos elementos que coordenam o posicionamento sexual das pessoas.



– Grupos de Risco, mais velho que eu isso. Agora utilizamos COMPORTAMENTO VULNERÁVEL. Qualquer um pode pegar aids. Basta transar sem camisinha! Para isso deixamos qualquer preconceito de lado e dizemos o novo termo. Grupo de risco foi um termo super preconceituoso que já foi deixado no passado. Sempre foi simples assim: sem camisinha, é risco.

Redação Lado A

SOBRE O AUTOR

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A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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