Os Emoboys

 


Eles não têm medo de chorar, de se mostrarem vulneráveis, são meninos e homens que demonstram sensibilidade, curtem roupas modernas e não estão nem aí para o que as outras pessoas pensam disso. São incapazes de cometer uma grosseira ou apelar para a violência. São politicamente corretos mas sem exageros, defendem causas humanitárias e não gostam de centralizar as atenções. O nome deste grupo vem de emocore, “emotional boy”, ou garoto emocional.


 


Para reconhecê-los, preste atenção no estilo. Entre os artigos indispensáveis estão as munhequeiras e pulseiras plásticas coloridas (eles adoram ajudar campanhas). As roupas são modernas mas com estampas e corte retrô. A aparência é descolada. Destaque para a sempre bem penteada franja comprida e o olhar de menino bonzinho. Nos pés, All Stars, Mad Rats e tênis de aparência surrada. Óculos diferentes também fazem sucesso, o Ray Ban é o clássico. A vaidade existe, mas sem excessos como no caso dos metrossexuais.


 


O emo core é um estilo musical, vertente do punk rock que surgiu nos anos 90. Entre as bandas que ficaram famosas pelas performances emotivas de seus vocalistas, estão : Rites of Spring, Embrace, One Last Wish, Beefeater, Grey Matter, Fire Party e posteriormente, o Moss Icon, Yellowcard, Hoobastank e The Rasmus, entre outras. As musicas são mais baladas do que som pesado. Os emo boys adoram essas bandas. No momento, as bandas cariocas Emo e Cpm22  fazem sucesso por aqui. Os desenhos e a cultura japonesa influenciam também o estilo da garotada.


 


Eles se dizem sinceros, são carinhosos e têm um discurso de fazer qualquer mãe imaginar neles o genro perfeito. Já para os machistas, e entre estes existem mulheres, falta masculinidade em suas ações. Diferentemente da maioria dos homens, para eles, homem que é homem também chora. Por isso, os emoboys ficam magoados e ressentidos. Os emoboys são alvo de admiração de uns e raiva de outros, mas para eles o importante é poderem exercer o seu estilo.


 


Pode-se comparar esses jovens de agora com o antigo homem romântico, aquele que as mulheres dizem não existir mais. Os emos gostam de ficar com as suas namoradas, galantear, declamar o amor de diversas formas, mas também fazem o que os outros meninos fazem como jogar futebol, sair com os amigos e paquerar. Não se esqueça que o romantismo também inclui a paixão profunda, o sentimentalismo e o apego ao que gosta, ou seja, os emoboys e “emogirls” são popularmente chamados de “chicletes” (gíria usada para namorados que grudam em seus pares). Por isso, não se assuste, pode parecer carência para uns, exagero para outros, a verdade é que os emoboys podem transparecer diferentes imagens, mas a aparência introspectiva e tímida dos rapazes sempre esconde suas angústias, é como um escudo para a sociedade. Uma vez entre amigos, são mais comunicativos.


 


A sexualidade é exercida com consciência pelos emoboys, até porque eles dão especial atenção para o que sentem e para a sinceridade. Mas o modo de vestir e agir não significa nada se são héteros ou homos. É visível que eles são menos preconceituosos, pois entendem os enigmas sentimentais. A música é um item importante e muitos tocam em alguma banda. Se namorando, eles curtem a relação e se dedicam quase que integralmente, quando sozinhos, curtem a solidão e dedicam poesias e músicas para ela.


 


Para exemplificar o tipo emoboy, podemos citar os atores Orlando Bloom e Jude Law, por aqui, ficaríamos com Marcelo Antony, Thiago Fragoso, Max Fercondini, Caio Blat e o jogador Kaká. 

Redação Lado A :A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa