Jornalista processado por homofobia em Curitiba

O colunista de política do jornal ‘Jornal do Estado’, Marcus Vinícius Gomes, está sendo processado por injúria pela militante Xênia Mello, do Grupo Dignidade. No ano passado, o satirista político usou como alvo de suas brincadeiras um projeto de lei que instituía o Dia da Visibilidade Lésbica em Curitiba. A moça, estudante de direito, pediu mais respeito ao jornalista e o acusou de ser preconceituoso. Então o espaço foi usado como direito de resposta pelo Grupo Dignidade, em texto assinado por ela. O colunista, para dar continuidade, lançou um texto chamado Xeniofobia e mais uma série de matérias sobre o tema, achando que seu direito de expressão estava sendo cerceado.


A audiência preliminar de conciliação sobre o caso foi ontem, mas o jornalista não compareceu. Corre outro processo, este interno, no Sindicato dos Jornalistas, solicitado pelo Grupo Dignidade. Neste segundo processo, solicitado ao Conselho de Ética, o Grupo questiona a atitude do jornalista e solicita ao sindicato que discuta se suas ações foram éticas ou não. Segundo o Código de Ética do Jornalista Brasileiro, artigo 9º., que regulamenta a conduta correta nesta profissão, é dever do jornalista: “valorizar, honrar e dignificar a profissão; Opor-se ao arbítrio, ao autoritarismo e à opressão, bem como defender os princípios expressos na Declaração Universal dos Direitos do Homem; Respeitar o direito à privacidade do cidadão;” No artigo seguinte, no 10º. Descreve-se o que NÃO é permitido ao jornalista: “Frustrar a manifestação de opiniões divergentes ou impedir o livre debate; Concordar com a prática de perseguição ou discriminação por motivos sociais, políticos, religiosos, raciais, de sexo e de orientação sexual;”.


Espero que o colega mui criativo e satirista político talentoso seja mais humilde e não tente justificar suas ações com a liberdade de expressão. Para ver o equívoco, basta ele tentar criticar uma lei da comunidade negra, ou um dos vários feriados religiosos. Uma coisa é livre debate, a outra é promover o preconceito. Tudo tem um limite e jornalistas também erram. Fica aqui o meu apelo para que ele use aquela palavrinha que mamãe ensinou e as pessoas esquecem.

Redação Lado A :A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa