XI Parada do Orgulho GLBT de SP

Resumo: a 11a. edição da Parada de SP foi um sucesso estrondoso e bateu mais uma vez o seu recorde de público e se consagrou como um grande evento do turismo interno brasileiro, movimentando mais de 180 milhões de reais e teve 3 milhões de participantes.


Gente de todos os lugares do mundo. Muitos héteros no meio. O pessoal caprichou no visual, como você pode conferir na coluna “montados e fantasiados”. Infelizmente, a quantidade de gente bonita não aumentou proporcionalmente, selecionamos alguns que conseguimos encontrar no formigueiro. Muitos famosos nos carros. Até o Allan do BBB6 estava por lá.


Em razão de uma exigência da prefeitura, a parada deveria sair da Avenida Paulista antes das 18h, o que adiantou e muito o horário normal de início e fez com que os trios andassem perigosamente rápidos, mas nenhum incidente foi registrado. Na concentração, os trios estavam muito próximos, o que criou  um congestionamento de pedestres. Os trios começaram a andar logo depois das 14h e antes das 21h a parada terminou.


O Mix Brasil estava com um camarote luxo no átrio do MASP mas era impossível chegar até lá. Quando tentamos, um tumulto nos fez desistir.


O trio mais animado (ver fotos trios e pessoas) era, com certeza, o do club Bubu, seguido pelos trios do Disponível e da The Week. Até o trio do site do Men Hunt estava super perseguido. O que tinha os bofes mais lindos era o da drag Salete Campari mas o trio dos gays mineiros também não deixou por menos. O mais bonito era mesmo o do site Disponivel, que tinha lindos leads (letreiros luminosos) na parte de trás e ainda contava com a cantora Zhana Saunders, cantando no gogó as suas músicas maravilhosas como ‘Cafe con Alegria’.


O show do Fischerspooner que seria na Parada não aconteceu… O evento não deve mais ser anunciado como evento família, pois era comum ver crianças sendo atropeladas no meio da multidão. A grande quantidade de héteros na parada gay também deu aquela impressão de propaganda enganosa.



Crítica
Para quem foi às últimas paradas, é notável o crescimento ano a ano porém os incômodos também são crescentes. A polícia foi incapaz de combater os assaltos, brigas e tumultos. A infra-estrutura montada não deu conta de atender as pessoas, o empurra-empurra foi geral. Ou seja, o evento ficou desconfortável e muita gente nem acompanhou a parada toda, ficando só na Paulista mesmo, que já ficou pequena para a Parada Gay. Desta vez as duas pistas lotaram e era impossível de enxergar o chão.


Por ser um evento importante para o movimento, é preciso que vejam como mantê-lo atraindo cada vez mais pessoas e pra que não espante o público gay, como acontece com muitas boates e clubes. As festas estão super-caras, os hotéis estão abusando das tarifas, e o público que leva os tais 180 milhões de reais para São Paulo quer poder curtir sem se estressar com segurança e violência.


No fim das contas, viramos uma cifra cor de rosa. É esse respeito que a gente procura?

Curiosidades nas fotos ao lado: Batalhão de garis limpando a Paulista ao final da Parada, junto com a guarda montada para dispersar as pessoas e carro de cidadão country com boi robô gay e tudo em cima.

Redação Lado A :A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa