Educação Sexual no Brasil

A educação sexual nas escolas públicas e particulares no país é um assunto que sempre foi deixado para mais tarde, talvez, por isso, haja tanto preconceito em relação a temas como a homossexualidade que, por incrível que pareça, continua um tabu em pleno século XXI. Ainda existem pessoas que acreditam que a homossexualidade é doença, embora desde 1985 a homossexualidade tenha sido retirada da lista de doenças da Organização Mundial de Saúde.


Hoje o Brasil tenta reverter essa ignorância a partir de projetos do Ministério da Saúde em parceria com ongs por todo o Brasil. Projetos que visam capacitar os professores a lidarem com as diferenças e avançar sobre dogmas religiosos, como de que a homossexualidade deve ser condenada.


O tema homossexualidade gera dúvidas até mesmo nos professores que muitas vezes não sabem lidar com o assunto e acabam por gerar mais preconceito. Na pesquisa Juventude e Sexualidades, realizada pela UNESCO, em 2003, cerca de 2,3% dos professores admitiu que não gostaria de ter alunos gays em sala de aula.


Uma das grandes dificuldades é o fato de os professores não serem preparados para tratar a homossexualidade dentro das salas de aula, como um assunto normal, eles próprios admitem não saber lidar com o assunto que enfrentam oposição dos pais. De acordo com a Unesco, 35% dos pais não aceitam que seus filhos estudem com homossexuais.


Sabe-se que muitos gays sofrem preconceito dentro das escolas, são constantes as agressões, palavrões, humilhações e muitos homossexuais ficam totalmente sem reação, sem saber o que fazer diante de situações como estas, porque, infelizmente, ainda não existe uma lei específica que garanta algum direito para os gays e que ajude a coibir essa violência diária que, às vezes, é encarada como brincadeira juvenil.
 
Ainda segundo a pesquisa da Unesco, as meninas são mais tolerantes aos homossexuais. Ao serem perguntadas sobre quais atitudes eram mais graves, para elas, bater em homossexuais ficou em terceiro lugar, atrás de “atirar em alguém” e “estuprar”. Já entre os meninos, bater em homossexuais foi considerado menos grave do que “usar drogas” e “andar armado”, ficando na quinta posição.


Infelizmente, esta é a dura realidade, que gera outra ainda pior: muitos gays sofrem muito preconceito em sala de aula (e em casa) e acabam desistindo de estudar, indo para o mercado de trabalho onde não conseguem emprego por não ter estudo e ser homossexual. A prostituição é um caminho que aparece na vida destas pessoas.


Apesar de algumas iniciativas na capacitação dos professores para lidarem com os diferentes, as instituições de ensino do Brasil, públicas ou particulares, ainda estão muito longe de colocar em prática a grande discussão que pode trazer uma nova realidade nas escolas.

Redação Lado A :A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa