Sunaholics: viciados em sol


Tomar sol em excesso, sem proteção, é visto como um fator de grande risco para se desenvolver câncer de pele. Embora as campanhas de alerta sejam abundantes, principalmente no verão, é grande o número de pessoas que se descuidam com freqüência.

Nesse universo de desleixados com a própria saúde, há um subgrupo recém identificado pelos dermatologistas: o dos sunaholics, expressão inglesa para os viciados em sol. Não importa qual é a estação do ano, ou quais são as condições climáticas, um sunaholic está sempre bronzeadíssimo. O que pode ser visto como um simples padrão estético, também pode ser interpretado como sinal de dependência. Estudos internacionais recentes mostram que a necessidade excessiva de exposição ao sol pode ter origem biológica.

A última edição da revista científica Archives of Dermatology, publicada pela Associação Médica Americana, defende a tese de que o bronzeamento pode viciar da mesma forma que as drogas e o álcool. Isso acontece porque, ao se expor a esses raios, o cérebro libera endorfina e é gerada uma sensação de prazer e bem-estar.

Em cidades como Curitiba, onde nem sempre o sol está disposto a brilhar e a necessidade de estar com a cor do verão fala mais alto, muitas pessoas optam pelo bronzeamento artificial. Este é o caso de Maria Carolina Prim, jovem de 24 anos que adora uma praia e diz estar sempre bronzeada. “Eu sempre gostei de tomar sol, pegar praia. Além disso, sou loira. Acho que loira com a pele branca fica algo muito feio, sem graça”, argumenta Maria. Ela diz que adotou esse padrão estético após ter morado um ano em Florianópolis, em 2003. Maria Carolina diz se preocupar com sua saúde, apesar de cometer esses excessos com o sol. No início desse ano ela foi a uma dermatologista que fez uma avaliação da sua pele e retirou algumas manchas consideradas perigosas.

Na visita feita ao consultório da Médica Dermatologista Sueli Brofman, Maria foi advertida para começar a fazer uso do protetor solar no mesmo momento. “A pele da Maria está extremamente fotodanificada. Ela tem um envelhecimento porque o sol está causando o que nós chamamos de fotodano. Isso é representado por essas lesões que começam como sardas e depois podem se transformar em uma melanose solar”, explica a Doutora. A pele é o maior órgão do corpo humano. É dividida em duas camadas: uma externa, a epiderme, e outra interna, a derme. Embora o câncer de pele seja o tipo de câncer mais freqüente, correspondendo a cerca de 25% de todos os tumores malignos registrados no Brasil, quando detectado precocemente este tipo de câncer apresenta altor percentuais de cura.

Através da entrevista concedida pela Dra. Sueli Brofman, pode-se entender que há uma maneira segura para aproveitar os benefícios do sol, desde que se faça uso do protetor solar. “Você não precisa abolir o sol da sua vida. Um dia de sol faz bem para a alma da gente. Levanta a nossa alto-estima. O importante é que esse sol seja cuidado”, conclui a Dermatologista. Foi-se a época em que os exageros é que faziam a diferença. Tudo, quando é dosado, acaba sendo bem melhor aproveitado e valorizado. Além disso, sol em excesso eleva o risco de uma série de outros problemas de saúde, como alguns tipos de inflamações e infecções. O fato é que, ao contrário do que acreditam os sunaholics, bronzeado não é sinal de saúde. 

Redação Lado A :A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa