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25/04 – Última noite do Meet (Ctba)

Redação Lado A 29 de Abril, 2008 11h19m

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Uma enorme fila na última noite do Meet, muita gente passou para dar o adeus final para a casa que deixará saudades e que marcou a vida dos curitibanos. Sim, o Meet fechou, debaixo de protestos, juras de amor e de indignação. Mas a festa não foi triste, ao contrário, mostrou a dignidade do Meet até o fim, mais Meet do que nunca (com a interminável e irritante fila para saída). Paqueras, rasgação de seda, carão, gente linda e importante. Que descanse em paz.


Na pista lotada, os DJs Ana Paula, Cadi & Tarcis e Rogério Voros tiveram a honra de fechar esta história. A parte fiel dos fãs deu uma passadinha mas muita gente não deu as caras, não queriam ver o Meet fechar. Do lado de fora, Ana Dias aparece com um apoio de pescoço e linda como sempre. Ela passou por uma cirurgia ortopédica na semana passada em razão de uma seqüela de um acidente que sofreu há anos, mesmo assim resolveu aparecer. A pergunta que não queria calar estava sendo respondida. Todo mundo queria tirar foto com a Ana, que agradecia ao editorial que fizemos sobre o fechamento da casa “foi o único tipo de reconhecimento que eu tive em todos estes anos”.


Letícia e Taty, últimas donas da casa, fecham com chaves de ouro uma história na qual entraram no final, mas da qual tiveram uma importante participação. Elas resgataram o conceito da casa, deram um up, estavam reerguendo o local mas havia o inevitável, encarar o fato de que o Meet estava ilegal com seu Alvará e que hora ou outra isso traria problemas. Foram maduras e profissionais ao decidir fechar a casa.


Ana Dias contou em reservado que ao chegar dos EUA, em 2000, a mansão que abrigou o Meet e as casas ao lado era uma vila de mendigos. Ela precisou por mais de quatro vezes chamar a polícia para retirar os andarilhos de lá e que se mudou para o quarto dos fundos para não precisar voltar para a casa dos pais. Na época pesando 150 kg, Ana conta que uma chuva caiu em seu quarto (hoje, o escritório do Meet) e inundou tudo. Depois, que volta e meia aparecia algum mendigo no quintal de casa. Zara (In Memorium), a rotweiller que por anos morou no Meet foi quem lhe garantiu companhia e segurança. Depois de anos desconfiando de que um grande rato morava sobre seu lar, e ouvi-lo tossir, bocejar e falar durante a noite (o que dava a impressão de ser um rato gigantesco), Ana descobriu que um velho habitava o teto da construção, e diz a lenda que ele habitou durante esses 7 anos e está lá até hoje.

Redação Lado A

SOBRE O AUTOR

Redação Lado A

A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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