O poder dos evangélicos no Estado brasileiro é grande. Com a força discursiva de seus pastores e a quantidade de adeptos à religião na câmara dos deputados, eles conseguiram engavetar a lei que descriminalizava o aborto. Nesse novo embate, evangélicos versus homossexuais, um confronto feroz firma-se. A “guerra” conta com um total de 215 senadores e deputados a favor da causa religiosa contra 226 integrantes da Frente Parlamentar pela Cidadania de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros (LGBT), favoráveis a PLC 122/06, que enquadra a descriminação contra homossexuais à Lei nº 7.716, baseada na punição a preconceitos raciais, étnicos e religiosos. O projeto está aguardando votação final no Senado, depois de 6 anos de trâmite pela Câmara dos Vereadores.
No dia 25 de junho, o pastor Magno Malta (PR-ES) demonstrando sua dominação carismática, em alusão à filosofia do filósofo Max Weber, convenceu os fiéis a invadir o congresso com a bandeira “abaixo o homossexualismo”. De acordo com suas concepções, a Bíblia é mais relevante que a Constituição Federal e a palavra de Deus deve ser primada em relação às leis dos homens.
Recentemente, no Rio de Janeiro, quatro evangélicos invadiram um apartamento freqüentado por seguidores do Candomblé sob a justificativa que “o diabo estava naquela casa”. Destruíram tudo na residência e ainda por cima bateram boca com um senhor “que além de pai-de-santo, era homossexual”, afirmou Afonso Henrique Alves Lobato, um dos jovens envolvidos no ocorrido.
A batalha começou, os lados estão definidos e os ideais difundidos. Homossexuais a favor de uma maior humanização em relação aos direitos sociais. Evangélicos com críticas à liberdade sexual, a partir de citações da Bíblia. O “exército” de ambas as partes estão posicionados e as armas (discursos) já engajadas. Agora, é ver o desfecho e esperar que a liberdade seja garantida, seja a liberdade de expressão, seja a liberdade de ser o que se quiser.