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Entrevista: DJ Mike Cruz

Redação Lado A 08 de Abril, 2009 23h36m

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O DJ Mike Cruz hoje é considerado um dos maiores produtores de música eletrônica do mundo e esteve no Brasil pela primeira vez como atracão da maior label do país na época, a XDemente no Rio de Janeiro, após alguns anos, passou pela The Week, Bubu, Josefine, Diesel e agora recentemente esteve com exclusividade no Club Twiga, em Curitiba, onde quem estava presente viu uma apresentacão incrível que não deixou ninguém sair da pista enquanto ele estava nas cabines.
Mike hoje tem uma carreira internacional consolidada, já tendo tocado em diversos países e sempre presente nas maiores festas do gênero do mundo. Esse mês ainda comandara uma das pistas do Winter Music Conference de Miami e lança ainda este ano seu novo projeto, com a cantora norte americana Inaya Day.

Ele tem como parceiro em seus estúdios DJs como Tony Moran, Abel, Ralph Rosario, Peter Rauhofer, Offer Nissim, Paulo, entre vários outros, além de parcerias grandes com divas como Debora Cox, Maya, Amuka, Inaya Day e até mesmo com a cantora Rihanna, com quem tem uma grande amizade. 


O público brasileiro é mais aberto às idéias diferentes do que o norte-americano. Pelos brasileiros serem mais sensuais e o sexo não é tão problema por aqui, as pessoas tendem a serem mais livres e menos travados na pista. 
 
1) Quais são as suas influências?
Os DJ que me inspiram são Eric Morillo para as batidas, Manny Leaham para os vocais e Danny Teniglia para o espírito.

2) Você já tocou ao lado de grandes nomes, em vários países, qual festa foi a melhor?

Honestamente, eu gostei de todos, cada festa é diferente de sua maneira, então, ainda não teve aquela que eu não gostei, ainda.
 
3) E o seu set, você muda de acordo com o país? Como escolhe as músicas?
Sim, mas não para a maior parte. Nem todo lugar quer o mesmo. Na Austrália, em Sidney, eles têm preferência por vocais, como em grande parte dos EUA, na espanha eles preferem batidas animadas e vocais de agudo longo. Para mim, eu tiro um pouco da experiência local e faço do meu jeito. Eu gosto de tudo, Tribal, Electro…
 
4) O público brasileiro de dance é diferente do norte-americano?
O público brasileiro é mais aberto às idéias diferentes do que o norte-americano. Pelos brasileiros serem mais sensuais e o sexo não é tão problema por aqui, as pessoas tendem a serem mais livres e menos travados na pista. A sensualidade flui na pista. O que não acontece por lá. Os brasileiros têm um senso de ritmo nato. O ritmo está no sangue então é mais divertido de tocar para eles do que para o público norte-americano. Por causa da energia, tanto dos gays quanto dos héteros além de homens e mulheres bonitas.

5) Qual a diferença de se tocar para gays e héteros? Quais as restrições?
Só nos EUA que o público gay restringe o que o DJ toca. Em nenhum outro lugar mais. Lá, os gays costumavam serem os líderes em sofisticação e música underground. Mas de alguns anos para cá o público gay se tornou muito comercial e quer sempre a mesma coisa. Eles não chegam perto do limite mais, o que definitivamente restringe o que você pode tocar. Entretanto, em muitos países o público gay é sofisticado e te permite ter liberdade com a sua criatividade. Acredito que haja algo similar entre o público hétero dos EUA que preferem algo mais comercial, hip-hop ao underground. Mas fora dos EUA o público hétero também gosta de mais estilos e tem um gosto musical mais diverso.
 
6) Qual foi o seu maior pesadelo enquanto tocava?
Uma vez estava tocando e deu um tiroteio logo embaixo da cabine. Eu realmente me cag*, essa tem que ser a pior. E outra vez em Israel que o sistema de som ficava caindo a cada 10 minutos.
 
7) O que mais te irrita quando você está se apresentando?
Quando o sistema de som e o equipamento não são bons.


8) O que você ouve em casa? Quais são seus passatempos prediletos?
Em casa eu ouço de tudo… rock and roll, salsa, house, eu amo todos.
 
9) Quais os seus projetos musicais futuros e parcerias?
Eu tenho um CD que será lançado em maio, antes do verão. Estou em estúdio finalizando um álbum para a Inaya Day, e um novo single com a Lea Lorien chamado “I Try”, que será lançado em breve pela Madtizzy Music.

Redação Lado A

SOBRE O AUTOR

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A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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