Índios gays são vítimas de preconceito no Mato Grosso

Redação Lado A 14 de Abril, 2009 19h07m

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Uma cidade do interior do Mato Grosso está se tornando conhecida por um caso não muito comum. O fato é que os índios Umutinas, um subgrupo Bororo, estão saindo do armário e cada vez mais é maior o número de índios gays na aldeia. A pequena cidade fica na região da Barra dos Bugres, a 160 km de Cuiabá.


Antigamente, os índios de lá eram conhecidos como “barbados”, pois usavam barbas, na maioria das vezes postiças. Feitas com pelos de animais e cabelos das índias da tribo, as barbas fortaleciam a imagem do “macho”, da força indígena. Mas os tempos mudaram e hoje eles não querem mais saber destes rituais que ao que parecem ficaram mesmo no passado. Neste carnaval, com roupas justas, cabelos e unhas pintadas, bolsas a tira colo e sem medo de serem apontados, os índios gays saíram de suas aldeias e desfilaram nas ruas da cidade.  Incomodando ou não, alguns índios mais assumidos do pequeno vilarejo até já sofreram discriminações da própria tribo, inclusive violência como pedradas e xingamentos.


A comunidade indígena gay da cidade do interior de Mato Grosso pode ser a primeira no estado, já que a Fundação Nacional do Índio não apresenta nenhum registro de homossexualismo entre os índios que vivem mato-grossenses. Mas segundo o antropólogo Darcy Ribeiro, há registros de homossexualidade entre índios desde ao menos o século 19.


O preconceito está enraizado seja nas cidades grandes ou em pequenas aldeias, o que temos é que parar e prestar atenção nestes problemas sociais para que a violência não se torne um fator principal entre grupos minoritários como este. O preconceito infelizmente ainda é o principal inimigo da comunidade indígena, dentro e fora dela. Coisa de homem branco, com certeza.

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