DJ Rodrigo Patrício: de tirar o fôlego

Redação Lado A 21 de Maio, 2009 00h31m

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A beleza atrapalha no seu trabalho?
Não, de certa forma até acho que ajuda um pouco.

Rodrigo Patrício, de apenas 25 anos, já foi modelo mas vem parando tudo mesmo é como DJ. Teve o início de sua carreira há sete anos e é conhecido por seus sets sofisticados, com grooves bem elaborados, talento, carisma e dedicação. Nos seus sets predominam o deep, funky, progressive e tech house. Ele explora ao máximo a pista, criando uma atmosfera única e completamente diferente em todas suas apresentações. Tamanha dedicação o colocaram entre os melhores DJs da cena catarinense, quando ajudou a trazer ao Jivago, onde é residente às sextas, o título de melhor balada da Ilha da magia desbancando verdadeiros impérios.

O que despertou essa paixão pela discotecagem?
Na verdade, sempre gostei muito de música, desde pequeno, influenciado por meus pais que me presenteavam com os bolachões (vinil) da época. O interesse só veio aumentando ao passar de cada ano e os gostos mudando. Comprei meus primeiros equipamentos e comecei a treinar em casa e quando dei por conta estava tocando em festas de amigos e privates, logo depois começaram a vir os convites das casas noturnas.

Você lembra da sua primeira vez comandando uma pista lotada? Quando foi? Qual foi a sensação?
Faz tempo. Foi em uma private, fiquei com um pouco de medo no início mas com o desenrolar da festa foi tudo bem e a tranquilidade voltou. A sensação é muito boa, única, ver as pessoas dançando e se divertindo, é muito bacana.

Quais são suas influências dentro da cena eletrônica? Você se espelha em algum DJ? Como você descreve o seu estilo?
Minha influência marcante é o balearic house, house vocal, progressive house, sempre com batidas e elementos marcantes, me espelho em vários DJs principalmente no cenário europeu. Procuro sempre seguir as tendências expandindo assim meu mercado, novas sonoridades são sempre bem vindas!

Você começou tocando para o público gay? Como que começou a sua parceria com o Jivago?
Não, comecei tocando para o público hétero, minha parceria com Jivago começou na verdade antes da Upper (festa da sexta que ele reside) existir, quando tocava lá aos sábados. Porém sentíamos a necessidade de fazer uma balada diferente nas sexta-feiras, foi quando o Edu (proprietário do Jivago), o Rafa e o Leo (Leo Gross, que com o Rafloripa criaram a Upper) se uniram e criaram a Upper Club e me chamaram para ser residente da festa.

Como escolhe as músicas para uma apresentação? Seu set muda muito de acordo com o público?
Sim, com certeza! Sempre procuro saber que tipo de som rola na casa, então monto alguma coisa e no meio do set faço experiências buscando sempre inovar com novas sonoridades e elementos, porém, sempre com a minha cara, porque senão não haveria motivo de eu estar ali…seria somente mais um DJ! Tem muita música boa aí, não podemos ter medo de tocá-las.

O que você pensa da cena floripana? Florianópolis fora de temporada muda muito?
Acho que a cena aqui vem crescendo a cada dia que passa, sinal disso é só você ver a quantidade de casas noturnas que abriram aqui nos últimos meses, tem baladas para todos os gostos. O mercado esta bem segmentado e o pessoal esta fazendo acontecer, não vejo muita mudança fora da temporada, inevitável cair um pouco movimento, porem, não vejo nada fora do normal.

Você tem muitos fãs, como lida como assédio dentro e fora da balada? Está namorando?
Acho uma coisa muito bacana, tenho muito carinho, todos sempre me respeitaram muito, é algo recíproco, rola uma sintonia uma interação. Já estou namorando há um bom tempo com uma pessoa maravilhosa, que sempre deu muita forca na minha carreira.

Qual foi o seu maior pesadelo tocando? Algo te irrita quando está se apresentando?
Com certeza foi quando estava tocando em uma festa, estava no auge, a pista respondendo muito e, de repente, o som começou a oscilar e consequentemente parou… Equipamentos ruins com certeza não somente me irritam como devem irritar a grande maioria dos DJs, pois acaba limitando nosso trabalho, chegando às vezes ao ponto de prejudicar um set.

Além de ser DJ existe mais uma outra profissão?
No momento somente estou me dedicando à profissão de DJ, minha grande paixão.

O que você escuta em casa?
Em casa escuto muitas coisas, gosto muito dos clássicos dos anos 80, rock and roll, dnb (drum and bass), entre outras…

Quais são os teus projetos futuros?
Com certeza produção musical é algo que já esta a caminho, em breve vamos ter novidades. E também estou montando um projeto de live com um grande DJ amigo meu que esta ficando muito bacana.

Como foi a sua carreira de modelo?
Foi um pouco curta, fiz vários desfiles, ensaios fotográficos e propagandas, mais parei no meio do caminho, não me identifiquei.

A beleza atrapalha no seu trabalho?
Não, de certa forma até acho que ajuda um pouco.

O público entende que você é hétero?
Sim, não só entende como me respeita muito e isso que acho muito bacana, isso prova muita coisa e quebra as barreiras preconceituosas.

Top 10 – Maio 2009
1 David hamber – work
2 pizeta – klezmer
3 sidney samson – riverside
4 daft punk – one more time
5 Axwell & Sinclair – wonderful e- samba
6 Miss kittin – frank sinatra suck my mix
7 Camisra – let me show you
8 Roger sanchez – turn on the music 09
9 Hoxton whores – devil toy
10 Crystal waters – gypsy woman

Mais informações:
www.myspace.com.agenciavibes
www.myspace.com/djrodrigopatricio
djrodrigopatricio@gmail.com

Redação Lado A

SOBRE O AUTOR

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A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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