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Namorando à distância

Redação Lado A 17 de Dezembro, 2009 18h24m

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Quando duas pessoas decidem investir em uma relação onde moram um longe do outro, além da distância e saudade, eles precisam enfrentar aqueles que não acreditam que seja possível dar certo. Há provas e argumentos de que um amor à distância tem suas vantagens, e pode sim dar certo. Mas, claro, o esperado dia de morarem perto é um ponto de ansiedade que vive presente na relação.


Amores de verão, viagens a trabalho, à passeio, muita gente já se apaixonou por pessoas que moram em outra cidade ou precisou viajar por um longo tempo. Quando é perto, ainda é possível se ver mais vezes, mesmo assim, será preciso discutir quem vai visitar o outro ou com qual freqüência.


Entre os pontos negativos do namoro a distância estão: não poder se ver todos os dias, não ter onde o outro ficar quando visita, gasto de dinheiro com as viagens e telefone, ciúmes do parceiro e ter que explicar quem é quem, saudades, insegurança de a outra pessoa não estar sendo correta, além dos comentários negativos de amigos que não acreditam que o amor possa superar as distâncias.


Já a favor do namoro de quem mora longe está o fato de que a saudade criar um reencontro quente, o sexo fica fantástico, tudo fica mais intenso, você pode se dedicar mais ao trabalho e aos amigos durante a semana, brigam raramente, o clima de romance fica no ar e você esquece todos os problemas.


Erik, tem 26 anos e relatou o namoro de 5 anos que acabou depois que ele teve que embarcar em um navio por causa do trabalho. A distância acabou esfriando a relação que era intensa e plantou desconfiança e insegurança entre os dois. Acabaram terminando por telefone quando Erik resolveu morar em Londres. “Hoje, prefiro dar ênfase a minha carreira”, diz Erik que afirma que ainda ama o ex-namorado, mas que não voltaria a morar no Brasil por causa do ex.


Já Fabio, 21 anos, estudante de psicologia, de Curitiba, via o namorado paulista a cada dois finais de semana. Por telefone, o casal brigava muito e a relação não durou mais do que 3 meses. Ele ainda se lembra das faturas altas do telefone. “A distância atrapalha muito, se você sente saudade e a pessoa não está ali. Não é tão simples como ligar e marcar um cinema. A confiança também fica abalada, ainda de bofe é de SP e você está em Curitiba”, brinca.


Para diminuir a distância, namorados apelam para a internet, com o uso de câmera e muito sexo virtual. O telefone ajuda a diminuir a saudade mas possui custo relativamente alto. É preciso economizar em outros gastos já que as passagens ou gasolina para ver o namorado criam um peso a mais no orçamento.


Se vendo todos os finais de semana, Paulo e João namoram há um ano e meio. Um mora em Blumenau e o outro em Curitiba. Para eles, a distância ajuda a preservar a individualidade de cada um. No início, o ciúme era constante mas, aos poucos, foram amadurecendo a idéia e percebendo que o desafio de namorar à distância tinha que ser enfrentado se quisessem ficar juntos. E está dando certo, tanto que não possuem planos de morarem juntos.


Claro que a situação fica insustentável se os encontros forem muito espaçados. Quanto maior a distância e o tempo que ficarem sem se ver, maior será a ansiedade pelo reencontro. Morar junto será uma meta que deve ser traçada junto com planos concretos. Muitos se mudam na ansiedade dos primeiros meses da relação e acabam se decepcionando. A distância também pode esfriar a relação e muito tempo sem o parceiro pode ser um convite à traição para os mais fracos. No fim, o amor prevalece, indiferente à distância.


 

Redação Lado A

SOBRE O AUTOR

Redação Lado A

A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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