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Entrevista com Las Bibas from Vizcaya

Redação Lado A 02 de Fevereiro, 2010 17h06m

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Bom, dessa vez estou publicando a entrevista que tive o prazer de fazer com o grupo Las Bibas From Vizcaya (LBFV). O problema inicial era a distância – Eu no Canadá e o grupo no Brasil – então, decidimos nos encontrar em Londres***, que fica no meio do caminho e tomar um chá.


Chego no local no horário combinado e peço uma Aqua Perrier. Após uma hora esperando, chega Dolores com um Scarpin, tubinho preto e seus cabelos loiros. Escondi a raiva de ficar esperando por uma hora, dei um sorriso e perguntei “Nhai bunita?”, ao que ela respondeu “Nhai!”, sentou-se delicadamente e pediu por um Veuve Clicquot e uma bandeja de morangos. Perguntei “Cadê a Mariza TouchFine e o George M.? Sempre quis dar uns pega nele…” Dolores De Las Dores começa a rir e me explica que na verdade o grupo Las Bibas From Vizcaya é composto por uma pessoa: George M., que personifica Dolores e Mariza. Meu queixo estava mais ou menos no Big Bang quando ouvi isso.


Após um bate papo gostoso, tirei meu gravador digital e comecei a entrevista:


A.S Dolores, vamos começar pela pergunta que provavelmente você respondeu mais vezes, como que nasceu Las Bibas From Vizcaya?
D.D: Nasceu de uma brincadeira despretensiosa nas horas vagas de estúdio, quando eu fazia meus primeiros experimentos eletrônicos no campo da produção musical …


Da onde você tira inspiração para criar suas personagens?
Da noite, do cotidiano, das historias dos amigos, dos fatos que rolam comigo… é uma coisa, a arte imita a vida… com um pouco de exagero claro… porque todas gostamos de dramatizar um pouquinho… – e nisso ela solta uma gargalhada virando o rosto para o lado oposto à taça de champagne, então ergue a mesma, ao qual o garçom atento vem lhe servir mais –


Porque você decidiu acabar com o Podcast, já que esse era o seu principal meio de marketing?
Porque acho que comecei a me repetir… talvez estude um formato de um novo pod (cast), menos divertido, sem participações dos ouvintes, onde eu fale de música, que sempre foi a base principal dos podcasts… mas isso é pra pensar ainda…
 
Você sente que Mariza, Dolores e George são a mesma pessoa, três entidades diferentes ou três partes do mesmo bolo?
São a mesma torta e com a mesma cobertura, mas em festas diferentes…
 
Você faz tudo sozinho? (podcast, músicas, shows, etc)
Tudo… além de cantar, ver figurino, fazer as projeções dos shows, fazer os vídeos, dublagens, de vez em quando pro You Tube e até a maquiagem eu aprendi sozinho… tá? (Tá meu bem!)
 
Da onde veio a idéia de criar um grupo onde você faz todos os membros e nenhum deles?
Talvez pelo fato de [eu] ser muito mandão, muito perfeccionista, mas ter várias vertentes diferentes… se trabalho em dupla, saiba que o outro vai obedecer sempre… (outra gargalhada e outra taça de champagne)


O George M. sente-se excluído do grupo?
Não, se ele é quem produz toda a música… como poderia sentir-se excluído?
 
O que você sente quando percebe que as gírias, expressões, estilo de vida e músicas que você mostra no podcast/shows tem um peso tão grande no gosto musical dos seus fãs ou até mesmo na vida gay brasileira?
Lisonjeado por cruzar barreiras sociológicas… (Dessa vez ela vira de lado, como quem joga o cabelo na sua cara e depois volta a posição original, demonstrando ser ABSOLUTA)


Por que você voltou ao Brasil depois de anos morando fora?
Porque o filho pródigo sempre a casa retorna… (Ela dá uma risadinha meio de lado, como quem não quer responder perguntas tão intimas)


Desde que você foi morar em SP, nota-se uma forte presença de Bárbara na sua vida, uma pessoa que eu tive o prazer de conhecer quando tinha 16 anos e construir uma amizade em Curitiba. Como você definiria a presença dela na sua vida? Alguma parceria em vista?
Barbara é uma das minhas melhores amigas lá em Sampa, além de ter divido o mesmo teto um tempo… daí surgiram parcerias… produzi um cover do New Order (Blue Monday) pra ela cantar nos lives dela e estou finalizando uma música bem Pop e doce, tocada e escrita por mim, mas na voz dela… o mesmo presente que dei ao Daniel Peixoto (Olhos Castanhos. Onde música, letra, melodia e produção eu assino tudo), darei agora a Barbarella… Aguarde M!


Por que não Canadá?
Frio demais (E nisso ela sorri). Já basta com Holanda na minha vida…


E pra terminar, qual é o seu signo?
Escorpião!


Terminamos a noite na Heaven.
Beijos, me Liga!



*** O autor gostaria de informar que nunca foi à Londres, mas como toda Vizcayana ele adora deixar tudo com muito LUXO, PODER, RIQUEZA & SEDUÇÃO*



 

Redação Lado A

SOBRE O AUTOR

Redação Lado A

A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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