O escritor Wilson Bueno, 61 anos, foi encontrado morto em sua casa no bairro Tingui, em Curitiba, na tarde desta segunda-feira. A polícia suspeita de latrocínio, roubo seguido de morte, uma vez que seu escritório estava revirado. O corpo foi encontrado pela diarista e estava com um ferimento fatal no pescoço. Não foram encontrados sinais de arrombamento, o que pode indicar que o assassino era conhecido do escritor.
Nascido no interior do Paraná, em Jaguapitã, Norte do estado, o escritor acumulava trabalhos importantes como a participação nas primeiras publicações voltadas ao público gay do país, Jornal O Lampião da Esquina e a revista Rose, além de ser o idealizador do jornal Nicolau, eleito na década de 80 a melhor publicação cultural do país, em 1987, pela Associação Paulista dos Críticos de Arte. Com 13 livros publicados, era considerado um artista de vanguarda, polêmico e extremamente talentoso.
Em 1992, publicou o título “Mar Paraguayo”, escrito em portunhol, que o tornou internacionalmente conhecido. Em 2001, foi finalista do premio Jabuti com o livro Meu Tio Roseno, a Cavalo. No ano passado, em entrevista para a Lado A, o autor disse que preferia não expor o seu passado militante, já que sua carreira como autor estava em crescimento. Mesmo assim, ele abriu uma exceção e falou sobre o passado.