Jovens vítimas de preconceito em Curitiba são ativistas do Grupo Dignidade. Agressor já foi identificado.

Os jovens que foram agredidos verbalmente por um aluno de Direito da Uni Curitiba na noite desta terça-feira, em evento contra a corrupção organizado pela OAB-PR, fazem parte do grupo jovem do Grupo Dignidade, ong curitibana referência mundial na luta pelos direitos gays, atuante desde 1993. O jovem Alberto Schmitz, de 23 anos, secretário geral do Centro Paranaense da Cidadania, CEPAC, falou com a Lado A sobre o incidente e afirmou que o Grupo Dignidade irá se manifestar sobre o caso e tomar as devidas providências legais.

Durante o fim da tarde desta terça-feira, foi promovido em Curitiba, na região da Boa Maldita, no Centro da cidade, um evento contra a corrupção na Assembléia Legislativa do Paraná, promovido pela Ordem dos Advogados do Brasil, secção Paraná. O grupo “O Paraná que queremos” mobilizou a sociedade para um ato público pela Ética e Cidadania, com grande visibilidade na imprensa. Um grupo de manifestantes do Grupo Dignidade formado por gays e lésbicas levou a bandeira do arco-íris, símbolo mundial do movimento gay. A bandeira, de pequeno porte, estava em frente ao palco do evento, ao lado de outras de diversos grupos políticos.

Em dado momento, a bateria musical de alunos do curso de Direito da UniCuritiba, uma das mais tradicionais instituições de ensino da cidade, se aproximou do grupo de gays para se posicionar em frente ao palco do evento. Logo em seguida, um dos membros da banda, identificado com a camiseta do curso, passou a hostilizar os homossexuais para que saíssem do local e baixassem a bandeira do orgulho gay.

Alberto e os outros jovens do grupo Dignidade passaram momentos de tensão e não desempunharam o símbolo do movimento gay que foi destratado pelo estudante ainda não identificado. “Seus viados, saiam daqui. Tira essa bosta de perto de mim”, teria afirmado o rapaz que ainda ameaçou agredir os manifestantes gays. “Tira essa merda ou você vai ver”, teria dito o rapaz que chegou a peitar Alberto mas que foi segurado pelos colegas. Com a chegada da transexual Maite Schneider, que estava no evento, a discussão aumentou mas acabou em seguida. A bandeira não foi baixada até quase o fim da manifestação. Com medo de retaliação, o grupo de gays foi embora antes do final do evento.

A agressão deixou o pequeno grupo de jovens assustado, com medo de ser agredido pelo grupo de estudantes que era infinitamente maior. Para Alberto, a maior surpresa foi exatamente por partir de um grupo estudante de Direito, que um dia serão juízes e promotores. De volta a sede do Dignidade, Alberto comentou com os advogados da entidade sobre o caso e em breve o grupo deve se pronunciar oficialmente a respeito do ocorrido.

Estamos aguardado a manifestação da OAB e da UniCuritiba, já foi feita a identificação do aluno homofóbico com a ajuda de alunos gays que estudam na UniCuritiba e em breve ele deve ser questionado por sua atitude.

Foto: Guilherme Pupo