O Sabor da Carne

Um bifinho? Churrasquinho? Presuntinho? Um pastel de frango?

Nada que fuja da inocência, não? Não, muito pelo contrário.

Você não gosta de sentir dor, medo, ser mau tratado, e nem gostaria de ter sua liberdade e instintos naturais proibidos e no final ainda ser assassinado, verdade? Pois os animais de outras espécies, que não a nossa, confraternizam destes mesmos sentimentos, vontades. Sim, o bife que você come não vem da bandeijinha do mercado, os restos mortais de um inocente frango não brotaram dentro do seu pastel. Eles são pedaços de animais essencialmente inocentes que foram aprisionados, maus tratados, violentados e por fim brutalmente assassinados pelas indústrias de produção e comercialização de carne. Carne, um pedaço do cadáver do animal. Animais que são tratados como objetos.

Pois bem, vale esclarecer um pouco, dar exemplos resumidos, para você informar-se e pensar como o seu bife, seu franguinho, peixinho, ou seu presunto chegam à sua mesa, à sua boca. Uma seção informativa ao leitor, com alguns exemplos da escravidão que os animais, transformados em meros objetos, vivenciam na pele, diariamente nos dias de hoje. Além de dicas de excelentes filmes e sites para obter-se maior sabedoria.

Aves
As maiores “indústrias” de aves do mundo, hoje em dia, matam mais de 8,5 milhões de pássaros em uma única semana.
Estes animais sofrem um processo de “debicagem”, com a justificativa de evitar que as galinhas, nervosas e tristes, cometam canibalismo ou arranquem suas penas, atitudes não naturais da espécie, causadas pela superpopulação em espaços restritos, onde elas não conseguem estabelecer uma ordem social. O processo é hoje em dia feito já com pintinhos, com pressa, o que implica em variações da temperatura e do fio da lâmina, e em cortes grosseiros e sérios ferimentos no pássaro.
Sobre suas condições de vida, algo entre 60 e 90 milhões de pássaros podem ser amontoados juntos em um único galpão. O sofrimento destes animais é contínuo, um modo de vida.

Apesar de terem seus bicos brutalmente cortados, por razão de tamanho stress e condições absurdas, eles ainda tentam bicar uns aos outros, levando à graves ferimentos e mortes.

Os frangos “de corte” são enjaulados permanentemente, durante de toda sua vida, com cerca de 20 outras aves por metro quadrado, sem espaço nem para andar, ciscar ou bater suas asas, instintos mais básicos da sua espécie. Tampouco tem o direito de selecionar o que vão comer, como todo frango faz naturalmente.
As galinhas poedeiras (que tem seus ovos roubados para alimentação humana) permanecem confinadas em gaiolas de apenas 30x21cm (o tamanho de uma folha de oficio) para se movimentar. Ficam constantemente nervosas e acabam bicando umas às outras, mesmo com seus bicos tendo sido cortados. Muitas perdem suas pernas e desenvolvem feridas por ficarem roçando contra as gaiolas de arame.

Durante o transporte para os abatedouros todos animais sofrem muito, e muitos morrem. Eles se sufocam quando outros animais são empilhados sobre eles, em gaiolas superlotadas e brutalmente transportadas.

Galinhas e perus são abatidos de diversas maneiras. Alguns podem ser espancados até a morte ou terem suas cabeças cortadas. A maioria é levada para “linhas de montagem” de grandes granjas industriais. Presas por suas patas, balançando desesperadamente de cabeças para baixo, numa correia transportadora, suas gargantas são cortadas e elas sangram até a morte.
Outras são enfiadas de cabeça para baixo em tubos fechados que restringem seus movimentos, enquanto sangram lentamente até a morte.

Os americanos consomem hoje em um dia, a mesma quantidade de aves que costumavam a consumir em um ano inteiro nos anos 30.

Bois
São marcados com ferros quentes em sua pele, tem seus chifres cortados, são agredidos.

No transporte para o lugar onde vão ter suas vidas arrancadas, os caminhões são tão superlotados que os animais ficam praticamente uns sobre os outros. Calor, temperaturas congelantes, fadiga, trauma e más condições de saúde matarão alguns desses animais já à caminho dos matadouros.

Os métodos para matança são muitos. A lei brasileira manda que sejam sedados com tiros pneumáticos na cabeça, antes do abate ( o que na maioria dos casos não é suficiente para tirar a consciência do animal). Na prática só grandes abatedouros o fazem. A maioria dos animais recebem machadadas na cabeça , em pânico por assistir a morte de familiares e companheiros à sua frente. Muitos também tem suas gargantas cortadas, traquéias e esôfagos arrancados e sangram até a morte. O animal continua consciente por um bom tempo. As vezes eles ainda estão vivos depois da sangria, quando são levados para serem esquartejados. Estas mortes não são rápidas, muito menos piedosas.

Vacas Leiteiras
Ficam acorrentadoas em seus espaços minúsculos a vida toda, sem poderem exercitar-se. Pesticidas e antibióticos são também usados para aumentar a produção do leite. Muitas entram em colapso de exaustão, Normalmente vacas vivem vinte anos, as vacas leiteiras não passam de quatro, quando então suas carnes são usadas em restaurantes de “fast-food” como “Mc Donalds” e “Burger King”. Normalmente, como a mulher, a vaca só produz leite quando gera um filhote, para poder amamentá-lo, elas são obrigadas a ficar prenhas constantemente e tem seus bezerros tirados do seu cuidado maternal.

Bezerros
O mercado de “Vitela” ou “Baby Beef”, é considerado como um dos mais imorais do mundo. Tirados de suas mães dois dias após o parto, são amarrados pelo pescoço e mantidos restritos de movimentos para impedir que desenvolvam músculos. Alimentados com falta de ferro, sem forragem, água ou luz. Após quatro meses de vida miserável eles são mortos.

Se os abatedouros tivessem paredes de vidro, todos nós não seriamos vegetarianos? Porém não são de vidro, a arquitetura do abate não é transparente, desenhada para a negação, para garantir que nós não vejamos, mesmo que quiséssemos olhar. E quem quer olhar?

Ralph Waldo Emerson observou mais de 100 anos atrás: “Você acabou de jantar, e não importa o quão premeditadamente o abatedouro está escondido na “abençoada” distância de milhas, existe cumplicidade.”

E como se não bastasse todos estes atos deploráveis de violência pagos por quem compra carne, o consumo de animais ainda é o principal fator atuante sobre os impactos ambientais do nosso planeta*, e é causador de inúmeras doenças como cânceres e ataques cardíacos.

Com a disseminação do coneteudo na internet nos últimos anos, as pessoas estão conseguindo informar-se e propagar informações da escravidão animal.

-Dia 1 de Outubro é comemorado o Dia Mundial do Vegetarianismo, e dia 4 de Outubro o Dia Mundial dos Animais.

-Um vegetariano, em média, salva cerca de 35 animais por ano.

-Vegetarianos possuem sistemas imunológicos mais fortes. Consumidores de carne têm duas vezes mais chances de morrer de doenças cardíacas e probabilidades 60% maiores de morrer de câncer.

Informe-se sobre quem você está prejudicando diariamente pelos seus atos.

*Relatório da ONU de Jul/2010

Filmes
A Carne é Fraca (BR)
www.youtube.com/watch?v=IKIBmppiIvM
Terráqueos (EUA) – Narração Joaquim Phoenix
www.terraqueos.org
Meat the Truth (Uma Verdade MAIS que Inconveniente) (Holanda)
www.youtube.com/watch?v=dk7LPUHes8U

Sites 
www.vista-se.com.br
www.svb.org.br
www.vanguardaabolicionista.com.br
www.pea.org.br/crueldade/abatedouro/fotos.htm

Algumas opções para seu prato:
Proteína de Soja
Salsicha Vegetal
Hambúrguer Vegetal
Nuggets Vegetal
Mortadela de Glúten
Queijo Tofu (de soja)
Mussarela e Catupiry Vegetal

Sites com receitas:
www.vegetarianocomeoque.com.br
http://junkveganfood.blogspot.com

Onde comer em Porto Alegre:
www.provegan.com.br

Onde comer no Brasil:
www.guiavegano.com.br

Livros
Carne de Soja e Tofu Mágico

Fontes/Documentários:
Terráqueos (Narração de Joaquim Phoenix)
Meat the Truth (Uma verdade MAIS que inconveniente)
A Carne é Fraca
Revista Veja – 8 Set 2010

Redação Lado A :A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa