Um estudo da Universidade de Yale publicado na revista Pediatrics, em 6 de dezembro, afirma que homossexuais adolescentes sofrem maiores punições da polícia e das escolas do que os heterossexuais. A pesquisa foi coordenada pelas pesquisadoras Kathryn Himmelstein e Hannah Bruckner para saber o quanto a sexualidade infere nas punições. A pesquisa revelou que homossexuais tem punição 40% maior do que jovens heterossexuais.
15 mil jovens participaram da pesquisa que avaliou o preconceito e punições por raça, sexo, status social e mau comportamento. O estudo levou oito anos e entrevistou os mesmos jovens enquanto estavam estudando e depois, entre os 18 e 26 anos. 5% dos entrevistados masculinos disseram-se homossexuais, e 6% das meninas afirmaram namorar pessoas do mesmo sexo, enquanto o restante se afirmou 100% heterossexual.
76% confessaram ter praticado algum delito como roubo de loja, fugi de casa ou usar drogas. 30% praticaram algum crime como assalto ou venda de drogas e 41% se envolveram em brigas ou ameaça à mão armada. Destes, a porcentagem homossexual revelou ser de 1 a 3 vezes mais punida e também que era menos violenta. “Nós descobrimos que praticamente todos os tipos de punição – incluindo expulsão escolar, prisões, condenações juvenis ou depois de adultos e, especialmente, batidas policiais – foram mais frequentes entre os jovens gays,” afirmou Kathryn Himmelstein, que suspeita que a sociedade emprega uma punição diferenciada por serem homossexuais, embora a pesquisa não tenha chegado a esta conclusão. “Pode ser que eles estejam sendo punidos intencionalmente ou não intencionalmente pelas suas orientações sexuais”, afirmou a pesquisadora que suspeita ainda que seja mais fácil a um heterossexual reconhecer legítima defesa em um caso que envolve um hétero a quando se trata de um gay.
As lésbicas foram as mais castigadas, de acordo com a pesquisa. Elas foram alvo de batidas policiais com o dobro de freqüência e possuem maior risco de enfrentarem prisão ou condenação. “Esses adolescentes não podem prosperar com esse tipo de tratamento”, afirmou a pesquisadora que indica que os órgãos públicos devem ser mais preparados para não punir de forma diferente os homossexuais.
Jovens gays e bissexuais comumente relatam abuso físico ou verbal em casa, fazendo com que tenham maior propensão às drogas, a se proteger com armas, e – se sem teto – a cometer pequenos furtos para sobreviver. “Por outro lado, estes que se encontram em comportamento de risco encontram mais punição do que suporte, terapia ou serviços”, afirmou Kathryn.
