Arquivo

Em entrevista, Chris Colfer fala de seu personagem Kurt de Glee

Redação Lado A 07 de Fevereiro, 2011 16h55m

COMPARTILHAR


Em coletiva para a imprensa esta semana, o ator Chris Colfer, 19 anos, melhor ator coadjuvante no Globo de Ouro deste ano, contou como foi sua infância e como é dar vida ao gay assumido fashionista mais querido da TV. Ele tentou o papel do cadeirante Artie mas acabou ganhando um personagem feito sob medida quando os produtores da série o conheceram. Ele contou ainda que sugeriu várias das músicas que aparecem no seriado Glee e ainda quais são suas semelhanças com seu personagem, o Kurt. A famoso episódio onde ele é censurado a cantar o hit “Defying Gravity”, tradicionalmente apresentado por cantoras, por exemplo, foi inspirado em sua vida, quando participava de um grupo de coral no Ensino Médio.

O ator contou que era vítima do bullying na adolescência. “Eu era bem irônico e tinha respostas na ponta da língua. Mas não recomendo isso, não era legal. Aprendi a correr bem rápido depois de responder certas coisas. Lembro de alguém gritar: “Bicha” pra mim no corredor, e eu respondi: “Você sabe soletrar isso?” Eles achavam que era brincadeira. Mas eu não estava brincando. Agora eles querem ser meus amigos”, contou o ator que é homossexual assumido.

Ele disse ainda que recebe muito o carinho do público nas redes sociais e que se emociona como seu personagem está transformando a vida de adolescentes gays discriminados na escola. Sobre suas semelhanças com o personagem, Colfer conta que Kurt é mais arrogante e fashionista, que adora jeans e camiseta, ao contrário do gay da série. “Ele é mais arrogante. Mas é muito fashion, usa aquelas roupas extravagantes. Para interpretá-lo, é só me vestir e fazer cara de superior. Já eu fico apavorado de usar qualquer coisa que não jeans e camiseta. Somos bem diferentes. Mas já passamos por coisas semelhantes. A emoção é a mesma”.

Sobre a vida após a fama, ele conta que ficou nervoso ao saber que interpretaria um homossexual e que tinha medo que fosse mais um estereótipo na tevê que serviria de saco de pancada ou para gerar risadas. Ele revela que seus pais são orgulhosos de seu trabalho, que adora a vida de famoso, as regalias e que quando volta a sua cidade, Fresno na Califórnia, conhecida como capital mundial da droga meth (cristal), as pessoas o tratam como celebridade. “Meus pais estão tão orgulhosos. É constrangedor, porque eles se gabam de mim constantemente. Isso me irrita. Meu pai quer que eu ligue para os amigos dele e diga que sou filho dele.(risos) É louco, porque quando volto à minha cidade e as pessoas ficam loucas porque estou lá, penso: “Gente, vocês sabem que eu sou daqui? Conheço todo mundo. Ainda sou a mesma pessoa”, revelou o ator.

Redação Lado A

SOBRE O AUTOR

Redação Lado A

A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

COMPARTILHAR


COMENTÁRIOS