Câmara: Comissão rejeita convocação do ministro para explicar o Escola sem Homofobia

Nesta quarta-feira, o deputado Jair Bolsonaro teve seu  pedido de convocação do ministro da Educação, Fernando Haddad, para se explicar sobre o material contra homofobia nas escolas na Câmara negado. O presidente da comissão, deputado Luiz Couto (PT-PB), ao lado na foto, desconsiderou a necessidade do pedido já que o ministro se colocou à disposição para debater qualquer assunto de sua pasta com os parlamentares. O pedido de Bolsonaro foi o único indeferido na primeira reunião deliberativa do grupo.

Segundo Bolsonaro, os materiais “estimulam o homossexualismo”. O projeto Escola sem Homofobia irá atingir alunos do ensino médio de 6000 escolas públicas e levará um material inédito para os professores trabalharem em sala de aula. O deputado deseja agora que o material passe por análise dos deputados, o que contraria o princípio de independência entre os três poderes, ou seja, Legislativo, Executivo e Judiciário não podem interferir diretamente no trabalho um do outro.

Bolsonaro se aproveita do tema polêmico para ganhar mídia e destilar seu preconceito. Segundo ele, o projeto pode incentivar a pedofilia. Outro ponto, é que o deputado insiste em dizer que o projeto atingirá crianças, enquanto ele é dirigido a adolescentes de 15 a 18 anos.

O projeto Escola sem Homofobia prevê vídeos e uma apostila para professores que serão capacitados a replicar o tema aos seus alunos, com o objetivo de diminuir o preconceito no ambiente escolar. Em pesquisa realizada pela UNESCO, foi observado alto índice de homofobia nas escolas brasileira e que estudantes gays não se sentem seguros, aumentado a evasão escolar. Entre os vídeos há a história de Bianca, uma transexual que fala sobre seu processo de auto aceitação e o preconceito que sofre, inclusive na escola.