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Por falta de autorização da Prefeitura, Parada da Diversidade de Curitiba é transferida para Novembro

Redação Lado A 14 de Setembro, 2011 02h02m

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A décima quarta edição da Parada da Diversidade de Curitiba, o maior evento de rua do Paraná, com mais de 100 mil participantes, que seria realizada no domingo do dia 25 de setembro, foi cancelada. Em reunião na noite desta terça-feira, na sede da APPAD – Associação Paranaense da Parada da Diversidade, o coordenador da entidade, Marcio Marins, anunciou que a Prefeitura negou o pedido de liberação do evento. Com a presença de mais de 40 pessoas, foi votado que a entidade deve seguir adiante e insistir na realização do evento na Av. Cândido de Abreu e uso do palco na Praça Nossa Senhora de Salete. Como segunda opção, ficou definido que o evento poderá ser realizado no antigo trajeto, na Mal. Deodoro em novembro.

O militante foi informado na semana passada que a Comissão de Grandes Eventos da cidade deliberou, depois que a “Marcha Para Jesus” causou danos a placas e canteiros da Avenida Candido de Abreu e recebeu reclamações dos moradores da Região do Centro Cívico, que apenas um evento por mês ocuparia a Praça Nossa Senhora de Salete, em frete ao Palácio Iguaçu, sede do governo estadual. Marins ouviu do servidor público Wolmi Júnior, presidente da Comissão de Grandes Eventos, que a Parada teve seu pedido negado e que todas as datas até o fim do ano estariam tomadas. Argumentando que a Parada da Diversidade é um evento oficial do calendário da cidade, e que eles não foram convidados para escolher uma data, recebeu a sugestão de que a Parada fosse transferido do local. A APPAD já havia publicado a data do evento desde março e entrou com os pedidos de autorização em 12 de agosto, tendo recebido a informação de que o evento seria impossibilitado apenas este mês.

Segundo Marins, ele solicitou a lista dos outros eventos que seriam realizados no local e estariam agendados e não teve seu pedido respondido. A entidade estuda verificar a legalidade da atitude da secretaria e questiona a atitude de não convocar a Parada da Diversidade, já que o funcionário alegou que outras entidades foram convidadas a marcar suas datas. O protocolo 93795/2011 responde ao pedido da entidade para uso do solo, na Secretaria Municpal de Urbanismo: “Para ciência ao Requerente . Tendo em vista agenda completa até o final do ano em curso para eventos na Praça N.S. de Salete, Centro Cívico, sugerimos ao requerente solicitar a autorização para realização do evento em outro local o qual será avaliado pela Comissão de Análise de Eventos de Grande Porte conforme determina a lei 10906/2003”, diz a Comissão de Grandes Eventos, para onde foi encaminhado o pedido.


No ano passado, a APPAD teve que transferir a data da Parada por outra surpresa criada pela Secretaria de Urbanismo, que alegou que o evento interferiria nas comemorações da Semana da Pátria, já que estava marcado para o dia 4 de setembro. A Parada Gay acabou sendo realizado no dia 19 do mesmo mês. A nova falta da autorização cria impasse com decisões anteriores. Até 2005, a Parada da Diversidade foi realizada no percurso Praça Santos Andrade – Boca Maldita, passando pela Mal. Deodoro. O evento foi removido do local pela própria Prefeitura, em razão do local não comportar o grande público e apresentar falta de segurança.

Outro problema para o evento é a liberação de recursos e apoios. O evento precisa de ao menos 40 dias para conseguir liberar as verbas conseguidas através de projetos no Ministério da Saúde, Ministério da Cultura, além do apoio logístico da própria Prefeitura e do governo do estado. Com a não autorização do evento, os recursos não podem ser repassados, o que impossibilita a realização do evento para daqui a duas semanas, mesmo se a autorização saísse às vésperas. Em razão da falta de verba e da autorização, a APPAD cancelou a Parada e os participantes da reunião votaram o destino evento. A grande maioria votou que a Parada deve ser remarcada para novembro e que o trajeto dos últimos anos, na Av. Cândido de Abreu, deve ser mantido e que a entidade deve pressionar o poder público, já que o evento é tradicional da cidade e um dos mais importantes do Brasil. O grupo não cogitou desistir facilmente do atual local e nem abrir mão dos shows no final do evento. A nova data não foi confirmada pela entidade, que só irá divulgar depois que ela for oficializada dentro da entidade e pela Prefeitura.

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A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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