Por falta de passagens, 12 dos 15 representantes da sociedade civil de Santa Catarina na II Conferência Nacional LGBT podem ficar fora do evento que acontece em Brasília neste fim de semana. Depois de enfrentar a desorganização e homofobia do Governo de Santa Catarina na organização das Conferências regionais. Em Balneário Camboriú, o administrador regional se recusou a convocar a reunião e na capital o encontro estadual teve que ser remarcado duas vezes, e foi confirmado apenas na véspera, há um mês, supostamente por desorganização. Agora, um novo capítulo aponta para um novo descaso do governo estadual que no mês passado chegou a assinar um pacto de cooperação da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República para combater a homofobia. Segundo a Secretaria de Estado da Assistência Social, Trabalho e Habitação (SST), sob comando do secretário Serafim Venzon (foto), não há dinheiro no orçamento para enviar os representantes do estado para Brasília. A menos de 4 dias para o evento, sem passagens, a maior parte dos delegados catarinenses deve ficar de fora da conferência.
Apesar dos esforços de Santa Catarina em se mostrar um estado sem preconceitos, a realidade é diferente, ao menos no âmbito do governo. Sem programas de combate a homofobia ou apoio a iniciativas que promovam o fim do preconceito, Santa Catarina parece que só quer colher os frutos da imagem que propaga, mas não faz seu dever de casa. É básico que um estado que se diz sem preconceito e que receberá em abril de 2012 o maior evento de Turismo LGBT do mundo, A Convenção Mundial da IGLTA, não deixe na mão os representantes locais no mais importante evento de construção de políticas públicas para Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros do país. O estado não possui uma lei que criminalize a homofobia, o mais curioso, e chocante, é que ela chegou a ser aprovada pela Assembléia Legislativa local em 2002, foi vetada pelo então governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB). A Assembléia derrubou o veto, a lei vigorou até que em 2005 o Tribunal de Justiça julgou a lei anticonstitucional. Atualmente, Santa Catarina é governanda por Raimundo Colombo, do PSD.