Militantes gays de Curitiba ameaçados de morte recebem atenção de programa de proteção federal

Não é Uganda, mas Curitiba, uma das capitais com maior índice de desenvolvimento humano do Brasil. Esta semana, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República enviou uma missão especial para Curitiba, composta por Irina Bacci, Coordenadora Geral da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, Igo Martini, Coordenador Geral do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos e ainda três integrantes da equipe técnica do Programa de Proteção, a fim de colher o depoimento de 15 ativistas LGBT que foram ameaçados de morte nos últimos meses na cidade. 
 
O grupo do governo federal participou ainda de audiências com autoridades do governo estadual, incluindo a secretária da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SEJUS) do Paraná, Maria Tereza Uille Gomes, bem como responsáveis pela segurança pública. Todos os processos foram encaminhados para Centro de Operações Policiais Especiais (COPE), da Polícia Civil. As denúncias também serão encaminhadas ao governador Beto Richa, com pedido de audiência e pedido de proteção. Também serão encaminhados os materiais para o Ministério Público e para a Polícia Federal para investigação, pois pode haver ligação com grupos de ódio em Curitiba.
 
As ameaças teriam se intensificado após a Parada da Diversidade de Curitiba, realizada no último dia 30 de setembro. Por meio de email, telefonema ou redes sociais, os militantes gays, entre eles Márcio Marins, presidente do Dom da Terra e Toni Reis, presidente da ABGLT – Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, foram ameaçados de morte. O criminoso conheceria a rotina ou a intimidade das vítimas, o que preocupou os ativistas que registraram boletim de ocorrência e levaram a questão à Brasília.
 
Todas as ameaças têm cunho homofóbico, com perfil de crime de ódio e as ameaças vem acompanhadas de requintes de crueldade. Para as lésbicas ameaçadas, foi incluída a ameaça de estupro corretivo, modalidade de crime em que os estupradores violentam uma mulher lésbica alegando que podem torná-la heterossexual à força. 
 
 
Redação Lado A :A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa