Renato Seabra, 23 anos, está sendo julgado em Nova York pelo assassinato do jornalista Carlos Castro em 07 de janeiro de 2010, no Intercontinental Hotel, em Times Square. O rapaz, então com 21 anos, estava na cidade a convite do colunista de 65 anos, com quem viajou antes da virada do ano, para conhecer agências de modelos na cidade. O crime chocou Portugal e as revelações desta semana no julgamento estão caindo como bomba em Lisboa. Carlos Castro, que era militante LGBT, teria sido morto com golpes de laptop na cabeça e chutes no rosto, depois de terminar a relação com o modelo e dizer que iria enviá-lo de volta a Portugal. O modelo teria ainda arrancado partes de seu corpo com um saca-rolhas.
O modelo admitiu que tinha um relacionamento amoroso com o idoso mas que não era homossexual e que o assassinou. Em seu depoimento após ser detido, ele afirmou que matou o homem com um saca rolhas e mutilou o testículo da vítima. Seabra usou a parte retirada do cadáver em torno dos punhos, em um macabro ritual, segundo ele mesmo, para retirar o “vírus” da homossexualidade de si. As instruções, segundo o depoimento original, viriam de Deus. Segundo a defesa, na imaginação do criminoso, isso traria o poder de curar as pessoas da AIDS e seu depoimento no dia do crime, em surto psicótico, foi porque ele acreditava que o que estava fazendo era correto. Os advogados tentam justificar que a prisão do jovem foi ilegal e descartar o depoimento feito aos policiais.
Seabra alegou inocência por insanidade, diz que não se lembra de muita coisa, mas ele deve responder por seu crime. Para a acusação, representada pela procuradoria de NY, Seabra é um caçador de tesouros atrás de fama e fortuna, e embarcou com o idoso em um mundo de privilégios. Ao ver que seria colocado para fora deste mundo, ele não agüentou. Segundo testemunhas amigas do jornalista, os dois estavam brigando depois que o idoso descobriu que o namorado o traíra com mulheres. Seabra teria dito que não era mais gay para o amante, que providenciou o fim do relacionamento e uma passagem de volta a Portugal para o modelo naquela mesma noite. “Ele sabia que estava batendo, pisoteando e mutilando Carlos Castro. A ele sabia que isso era errado”, afirmou a representante legal do estado responsável pela acusação . Se condenado pelo júri popular, Seabra pode passar a vida na cadeia nos EUA. Não era vontade do modelo fazer parte do sonho americano?