Modelos transexuais levam diversidade para passarelas do Paraná Business Collection

O maior evento de moda do Sul do país, o Paraná Business Collection, em sua sétima edição, segue a tendência mundial desencadeada pela modelo transexual Lea T há dois anos. Com a androginia em voga, as modelos transexuais ganham espaço e o tema antes tabu vira corriqueiro no mundo da moda. “Não é soja para ser chamada de trans, é modelo como as outras”, disse o co-organizador do evento Paulo Martins, sobre a participação da modelo manauara Camila Ribeiro, que já desfilou no Fashion Rio e agora faz parte do casting fixo do evento paranaense.
 
Camila tem 23 anos e é formada em Moda. Nascida em Manaus, foi no Rio de Janeiro que ela descobriu a sua verdadeira identidade de gênero. Ela ainda não fez a cirurgia de redesignação sexual mas já colocou próteses de silicone nos seios. Segundo seu assessor, Thiago Bunduky, a modelo está adorando o trabalho em Curitiba e elogiou a estrutura e profissionais do evento. Segundo ele, ela achou a cidade linda e ficou impressionada.
 
Questionado sobre como a modelo é apresentada para trabalhos, Bunduky contou que ela faz parte do quadro de modelos da agência Joy e que é apresentada a clientes quando pedem um perfil de beleza em que ela se encaixe, no caso Camila é morena. Então, se houver interesse de contratá-la para o trabalho, entra a questão da mudança de gênero da modelo. Segundo o profissional, é preciso informar o cliente e tomar alguns cuidados, como a sensibilização da equipe de trabalho, até para garantir que a modelo seja bem recepcionada e para a questão não destoar a modelo das outras, ou seja, a idéia não é que a transexualidade de Camila seja algo relevante ao trabalho, mas ao mesmo tempo que não seja um segredo.
 
Outra transexual passará pela passarela do evento. A atriz e diretora teatral Maitê Schneider, de Curitiba, é convidada especial do desfile da Heroína – Alexandre Linhares, que acontece nesta quinta-feira. Comemorando esta semana 40 anos de idade, Maite como modelo já participou de diversas campanhas da marca do amigo e ainda desfilou em eventos de jóias e moda. Ela já passou pela cirurgia chamada popularmente de mudança de sexo e é famosa por contar em um site a sua dolorosa história de vida e imensa alegria de viver. 
 
Entre outros nomes da moda T (que aqui inclui as travestis – que não desejam passar pela cirurgia de reconstrução genital – e as transexuais) no Brasil estão as modelos Carol Marra, Felipa Tavares, Fernanda Vermant, Patricia Araújo e Viviany Beleboni.
 
 
Redação Lado A :A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa