A discussão da semana é sobre o texto “Parada gay, cabra e espinafre”, publicado na última edição de Veja, escrito pelo editor da revista nos anos 80 e hoje colunista J.R. Guzzo. O que as pessoas não entendem é que um texto opinativo externa exatamente os preconceitos do autor e que nem sempre a forma que é compreendido é a maneira que ele gostaria de ter se expressado. Não se pode pegar frases soltas ou preconceitos e usá-los para jogar um ser humano na fogueira.
Muita gente escreveu de volta, xingando ou expondo os defeitos de Guzzo. O jornalista deve provocar a catarse e não falar o que as pessoas gostariam de ouvir sempre. Com boa parte da população analfabeta funcional, o texto nem sequer foi compreendido por todos. Retirou-se trechos como fazem os fundamentalistas religiosos e fizeram uma bravata. Ora, não é tolerância e respeito que pregamos? A reação foi clichê, até prevista no texto criticado: raivosa.
Todavia, o texto do Sr. Guzzo não merece o mínimo respeito e discussão. Ele não foi dissimulado para pregar preconceitos, ele apenas expôs a sua velhice moral e mental. É preciso separar o texto do autor. “Livros não podem ser bons ou maus, eles podem ser bem escritos ou mal escritos”, diria Oscar Wilde. Preguiça, de tentar explicar que o preconceito é algo subjetivo que só quem passa por ele pode compreender. Ignorar ainda é o melhor remédio em um país onde nada funciona… e os certos estarão quase sempre errados.
Veja o tal texto aqui.