O recém criado Comitê de Enfrentamento à Homofobia de Alagoas pediu esta semana ao Ministro da Justiça, Eduardo Cardoso, que a Secretária Nacional de Justiça, Regina Miki, se retrate publicamente em razão de uma declaração que deu em Dezembro para um telejornal de Maceió. Na entrevista, ela diz que os crimes homofóbicos, ao serem averiguados, apresentam uma motivação diferente por muitas vezes, e que a homofobia não foi o motivo do crime, desdenhando os dados apresentados pelo movimento gay.
Regina, que já era pessoa non grata do movimento desde que em 2010 fechou o grupo de trabalho de Segurança Pública para LGBTs no ministério, também é acusada pelo movimento de não cumprir as decisões da Conferência Nacional LGBT. Militantes das Alagoas a acusam ainda de se negar a entregar ao Governador Teotonio Vilela um termo de cooperação técnica assinado pelo Ministro da Justiça e Secretaria de Direitos Humanos, sobre o tema da segurança pública para LGBTs. Ela afirmou ainda na entrevista que o plano de segurança da gestão atual é amplo e não específico para cada orientação sexual.
“Trabalhamos para todos, sem distinções. Acho muito mais importante estudar a motivação do crime antes de classificá-lo como fruto de homofobia, pois muitas vezes, após investigarmos as motivações dos crimes cometidos contra homossexuais, descobrimos que não era por homofobia, mas por outros motivos” afirmou a secretária para o Jornal da Pajuçara Manhã, do dia 28, quando lançava o programa Brasil Mais Seguro na cidade.
“Ela fechou o GT nacional de segurança Pública. E agora declara que não existem crimes homofóbicos no Brasil. Somos Lixo social para o Brasil mais seguro?”, questionou um ativista gay importante em uma lista nacional de discussão. “Os dados não podem ser ignorados”, indignou-se o militante Marcelo Cerqueira, de Maceió.
Foto: Fabio Pozzebom – AB