Desde 2004, em 29 de janeiro se comemora o Dia da Visibilidade Trans. O termo Trans é uma abreviação de transgênero, nomenclatura que abarca travestis, transexuais e toda comunidade que vive a questão de mudança de gênero. Nesta data foi lançada no Brasil a primeira campanha publicitária pelo Ministério da Saúde para esta comunidade, um marco na visibilidade do movimento T. Estima-se que no Brasil vivam meio milhão de cidadãs travestis e transexuais, 90% vivendo como profissionais do sexo em razão do forte preconceito que enfrentam. Em todo o país, eventos de grupos trans ocupam as ruas desta terça-feira.
A campanha “Travesti e Respeito – Está na hora dos dois serem vistos juntos” mostrou diversas militantes trans com muito orgulho, exigindo respeito e plenos direitos de cidadania, como serem tratadas no feminino. O estigma dessa população porém é um dos mais injustos. Expulsas de casa, evadidas das escolas, apartadas do mercado de trabalho, são jogas a marginalidade, onde a expectativa de vida não chega aos 40 anos de idade. Há porém muitos casos de superação e esperança. A visibilidade da comunidade é uma forma de recarregar as baterias nessa árdua luta e mostrar ao mundo que as trans existem e possuem direitos como todos os cidadãos.
Segundo pesquisa do Grupo Gay da Bahia, GGB, entre 1980-2012 foram assassinadas 1202 travestis e transexuais em nosso país, uma média de um homicídio a cada 10 dias. Apenas em 2012 foram assassinadas 128 travestis no país. Roraima, Mato Grosso e Rondônia foram os estados mais “transfóbicos”, com uma média de 1,9 travestis assassinados para cada 1 milhão de habitantes. Crimes contra travestis profissionais do sexo são cometidos predominantemente na rua, “na pista”, altas horas da madrugada, utilizando-se armas de fogo e em menor número, arma branca e espancamento. Muitos dos assassinos alegam “legitima defesa da honra” e vingança por roubo ou por transmissão do vírus da AIDS.
Adaptado de texto do GGB.