Todo ano acontece algum caso de homofobia em Floripa, como em qualquer outro lugar do país, mas por lá quase sempre fica abafado, faz mal à imagem cuidadosamente construída internacionalmente. A cidade insiste em se dizer um local amistoso aos gays e desta vez o barril de pólvoras explodiu. Um bando ainda não identificado de homens, possivelmente de moradores da Barra da Lagoa, atacou um grupo de gays que supostamente fazia pegação próximo às dunas do bairro. A emboscada teria pego de surpresa os gays nas trilhas. Os agredidos seriam turistas gaúchos e foram atacados com pedaços de pau e outros objetos. Alguns deles teriam sido encaminhados ao hospital onde receberam suturas dos cortes, a maioria no rosto. Um deles teria precisado de cuidados especiais e ficou internado. O ataque aconteceu na segunda de Carnaval e agora há relatos de mais agressões no local. A polícia porém desconhece as agressões.
O caso foi denunciado pelo colunista da RBS Cacau Menezes e de denúncia de homofobia virou uma polêmica sobre a invasão gay na pequena vila de pescadores próxima à Praia Mole, reduto gay há mais de 20 anos que agora virou mega point conhecido em todo o mundo. E de acusações de que gays não podem fazer isso ou aquilo em público e defesa ao modo manezinho e machista de ser foi um pulo. Há quem apóie que homens andando de mãos dadas ou se beijando agridem até a crença religiosa das pessoas, justificando a “reação” violenta, dando uma clara evidência da fonte de tal intolerância. E outros reclamam da tal invasão gay em Floripa e falta de respeito por parte de alguns gays. Típicamente, os homofóbicos, de agressores, gostam de se transformar em vítimas. Vítimas não batem, não agridem, não discriminam!
Como não teve nem dinheiro para as escolas de samba do Carnaval de Floripa, imagine para a segurança pública, já caótica na ilha. Há ainda a acusação de que a polícia nada fez contra os agressores. A lei contra a homofobia do município tipifica o que é homofobia mas não traz punições além de advertência e impossibilidade de parceria com a prefeitura… Infelizmente, a magia não dura para sempre e fica claro que na verdade falávamos de ilusionismo.