Novo papa deverá ser jovem, extremamente moderno ou extremamente conservador

Há 8 anos, quando Bento XVI assumiu como papa após a morte do carismático polonês João Paulo II, foi dito que o alemão seria um pontífice de transição e sem grande importância, em razão da sua idade avançada e da sombra deixada pelos feitos do papa anterior. Agora, com o surpreendente anúncio de sua renúncia, que o lançará na história por suas polêmicas, abre-se uma especulação sobre o novo papa. O conclave que elegerá o novo líder da Igreja Católica está previsto para começar na segunda semana de Março. Como a maioria dos cardeais foi nomeada por Bento XVI, que será levado a viver em clausura em um monastério no Vaticano, a escolha promete ser conservadora, mas há quem defenda uma revolução na escolha do novo papa.
 
Ele deverá ser jovem, para iniciar uma nova era na Igreja e mostrar que a instituição se moderniza. Um papa crítico porém atencioso, caridoso e inteligente. O brasileiro Dom João Braz (foto) é considerado moderno e favorito ao trono. Ele é simpatizante da Teologia da Libertação, movimento sulamericano de reforma criada por padres e sufocado pelo Vaticano nos anos 70. Depois de passar por Curitiba, Vitória, Ponta Grossa, Maringá, e ser arcebispo de Brasília, desde 2011 o catarinense de Mafra, aos 65 anos, coordena a Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, no Vaticano, a convite de Bento XVI. Seria o nome brasileiro mais forte ao lado do arcebispo de São Paulo, Odilo Pedro Scherer e do ultraconservador arcebispo de Aparecida do Norte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Dom Raymundo Damasceno Assis.
 
Para o movimento gay, seria interessante que o novo papa tivesse uma posição favorável aos homossexuais. Mas, entre os papáveis, nenhum é abertamente a favor dos gays, ao contrário, alguns possuem posicionamento da Idade Média, como o Cardeal de Gana, Peter Turkson, homofóbico e que defenderia até a pena de morte para homossexuais!
 
Uma boa notícia e luz para os gays católicos é que em Janeiro deste ano houve a primeira declaração da Igreja a favor dos direitos dos casais do mesmo sexo. “Em vários países, a homossexualidade é considerada um crime. É preciso combater isso”, afirmou monsenhor Vicenzo Paglia, ministro do Vaticano para a família, defensor do casamento entre homem e mulher mas que acredita que o assunto deva ser discutido abertamente. “É preciso encontrar soluções no âmbito do código civil para garantir questões patrimoniais e facilitar condições de vida para impedir injustiças com os mais fracos”, disse o religioso. E ainda: “Infelizmente, não sou um especialista em Direito, mas, pelo que sei, me parece o caminho que precisa ser percorrido”, defendeu.
 
O arcebispo canadense Marc Ouellet, o ministro da cultura do Vaticano Gianfranco Ravasi e o conservador Angelo Scola, italianos, completariam a lista dos favoritos a substituir Bento XVI. O atual papa sai do seu ofício no dia 28 de Fevereiro e o Vaticano permanece em Sé Vacante até a definição do novo pontífice. 
 
 
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