Esta semana, leitores das revistas semanais Veja e Época depararam com capas estampando a cantora Daniela Mercury e sua companheira, a jornalista Malu Verçosa, com que assumiu uma relação marital para todo o país. A notícia foi ainda reportada nos principais programas de tevê do país e do exterior. Uma semana antes, uma capa de Época São Paulo já debatia o tema. O fato dos Tribunais de Justiça do Paraná, Mato Grosso do Sul e Ceará regulamentarem a união entre pessoas do mesmo sexo em seus cartórios ajudou a colocar em pauta o tema.
Com um presidente impopular do Conselho de Direitos Humanos da Câmara propondo a derrubada da decisão do Supremo que autorizou a união estávem em maio de 2011, o assunto ganhou rodas e apoio de artistas. Somou-se ao “Fora Feliciano” uma urgência em aprovar o casamento gay. As redes sociais catalizaram este esforço e o tema invadiu a grande mídia, como bandeira inadiável para um país democrático.
Quatro fotos no Instagram de uma história de amor, enviadas de Portugal, onde a cantora tem compromissos e acompanhou o desenrolar de declarações homofóbicas de uma cantora e um político na internet foram suficientes para que que ela tomasse coragem e virasse porta-voz de milhões de gays oprimidos. “Malu agora é minha esposa, minha família, minha inspiração para cantar” – disse a cantora que assumiu seu grito de liberdade.
O projeto de lei sobre pacto civil entre pessoas do mesmo sexo, de Marta Suplicy, encontra-se no Senado. Apresentado em 1995, já é considerado ultrapassado pois não prevê a igualdade entre casamentos entre heterossexuais e homossexuais. O deputado Jean Wyllys (Psol –RJ) protocolou um novo Projeto de Emenda Consitucional (PEC), apelidado de casamento igualitário em 2011.