Lançando seu primeiro livro “Melhor do Pior” pela editora Matrix, o humorista e gay assumido Evandro Santo, 38, mais conhecido pelo seu personagem Christian Pior, no Pânico, concedeu entrevista para o jornalista Frederico Antonelli do site Vírgula. O livro é baseado em seus textos publicados ao longo dos anos em dois blog que Santo mantém. Dentre as declarações do artista, duas chamam a atenção por abordarem o universo gay, no qual espelha seu personagem.
“Hoje, algumas pessoas falam em “ditadura gay”. Você acha que isso se deve a quê?” perguntou o entrevistador. Evandro respondeu que não acredita em rótulos: “Alguns gays querem se impor. E quando você quer se impor, você talvez tenha uma ditadura. Você não tem que se impor, você tem que conquistar. E eu acho que a grande discussão hoje em dia não é nem em torno da sexualidade, que é uma discussão passada. Eu acho que a discussão hoje em dia é sobre a humanidade, é como você aceita o humano em toda a sua diferença e complexidade. Assim como existem pessoas que são 100% gay, 100% hétero, têm héteros flutuantes, gays flutuantes… Eu acho que a sexualidade não é tão definitiva”. O jornalista insiste: “Mas então por que usa este termo “ditadura gay”?” Evandro opina que é por causa do aumento do número de pessoas saindo do armário: “Porque tem mais discussão. Hoje você vê mais gays na rua, tem mais baladas gays… Então, a discussão é muito mais presente por conta disso. Hoje, você vê meninos de 16 anos se beijando na avenida Paulista à luz do dia. Você tem uma certa obsessão pelo corpo”.
Sobre uma ditadura da beleza no universo gay, o humorista responde: “É a moeda de troca. No heterossexualismo é dinheiro e carro. No mundo gay é abdômen “tanque” e corpo bonito. Um rapaz pobre, na boate gay, tem tantas chances como o rapaz rico. Se ele for mais bonito do que o rico, ele terá muito mais vantagens. O hedonismo funciona mais no mundo gay”. Evandro ainda afirmou que se cuida fazendo pilates, natação e musculação.
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