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Por Dan Hapoza
O dia 17 de Maio marca o Dia Internacional da Luta Contra Homofobia, Bifobia e Transfobia (IDAHOBIT na sigla oficial), criado em 2004 para comemorar a decisão da Organização Mundial da Saúde que removeu a homossexualidade da lista de desordens psíquicas em 1990, nesta data. A iniciativa é apoiada por diversas instituições que lutam pelos direitos LGBT mundialmente. Porém, a transfobia foi adicionada às causas do projeto apenas em 2009, marcando também o fato de um dia antes a França ser o primeiro país no mundo a remover questões de identidade transgênera da sua lista de desordens mentais. No Brasil, nosso ex-presidente Lula instituiu esta data em 2010, incluindo apenas a luta contra a homofobia. Mesmo sendo uma data muito importante, não sei se devemos celebrar ativamente, pois existem muitos pontos ainda a serem retratados.
Estamos em uma Era de diversas conquistas pelos direitos LGBT em todo o planeta mas analisando bem os esforços, estão sempre muito mais focados na parte “LG”, um pouco de “B”, enquanto o “T” fica quase que esquecido em um canto. Certamente demorar-se hão muitos mais anos para esta parte da população receber a atenção necessária. Neste ponto que eu vejo o problema de tantas siglas para definir uma multitude de expressões de sexualidade e gênero. Temos GLS, LGBT, LGBTQ, SGL, MSM, entre tantos outros que tentam identificar essas diversas minorias fora do espectro “homem branco cisgênero cristão” que é o mais privilegiado na sociedade contemporânea. Já falei nesta coluna que acho que sexualidade e gênero são fluídos portanto discordo da rotulação de como pensamos, sentimos, amamos ou agimos.
Eu gostaria de ver um dia celebrando a igualdade na comunidade como um todo em contraposto de protestarmos apenas contra homofobia, bifobia e transfobia. Eu penso também nas pessoas que são héteros, pansexuais, assexuais, queer, intersexos, dois-espíritos, poli-amorosos, fluídos, omnisexuais, curiosos, questionando, e os muitos outros que estão fora dos principais termos mas que fazem parte da comunidade e a suportam. Basicamente, as minorias dentro da minoria. Alguns termos tentam abrangir de forma mais inclusiva, como MSGI e GSM (minorias sexuais e de gênero) mas o seu uso ainda é incomum, infelizmente. Portanto, tenho dúvidas se devemos ter uma data comemorativa que parece lutar pela igualdade mas ao mesmo tempo exclui. Não quero dizer que sou contra o evento ou o que ele representa, apenas que precisamos pensar mais exatamente pelo que estamos protestando.
Proponho o Dia Pela Igualdade, ou o Dia da Luta Contra a Fobia de Humanos, ou Dia dos Direitos Humanos para Todos, ou talvez Dia do Arco-Íris, pois símbolos são mais poderosos que palavras, acabando assim com os rótulos. Em vez de separar, vamos juntar. Vamos lutar não apenas pela igualdade de direitos da nossa comunidade de minorias sexuais e de gênero, lutaremos também pela igualdade entre raças e etnias, para mulheres receberem salários iguais aos homens, contra o ódio de qualquer forma… Enfim, contra tudo que há de errado na sociedade. E assim chegará o dia que não precisaremos mais lutar e apenas celebrar. Eu vou comemorar esta data, e você?
ENTENDA AS LETRAS E SIGLAS MAIS COMUNS:
L – Lésbica
G – Gay
B –Bissexual
T – Transgênero / transsexual
Q – Queer / Questionando
S – Simpatizante
C – Curioso
U – Inseguro / Em dúvida (Unsure)
I – Intersexo
TS / 2 – Dois-espíritos (Two Spirit)
A – Assexual / Aliados / Alternativo
SA – Aliados Héteros (Straight Allies)
P – Pansexual / Poliamor
SGL – Amor pelo mesmo sexo (Same Gender Loving)
MSM – Homens que fazem sexo com homens
MSGI – Minorias sexuais e de identidade de gênero (Minority sexual and gender identities)
GSM – Minorias sexuais e de gênero (Gender and sexual minorities)
SOBRE O AUTORRedação Lado AA Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa |
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