Na terça feira, o deputado João Campos (PSDB-GO), pressionado por seu partido, solicitou o arquivamento do PDC 234, popularmente chamado de Cura Gay. A direção da casa aceitou a retirada da pauta no início da noite, resolvendo a questão que ganhou as ruas e protestos internacionais. Mas, nesta quarta-feira, o deputado Anderson Ferreira (PR-PE), da foto, também da bancada evangélica, protocolou outra proposta, com o mesmo fim: mudar a norma do Conselho Federal de Psicologia que proíbe que os profissionais tratem ou se manifestem sobre a homossexualidade como doença.
Por regra, o projeto de Campos está arquivado até 2015, quando termina a legislatura atual e entram novos deputados. Mas, segundo Ferreira, o plenário pode decidir se o tema volta em novo texto, e ele pretende recorrer aos colegas. “Existe essa brecha no regimento, que deixa a decisão para o plenário. Se a Mesa Diretora não deixar o texto tramitar, vou recorrer para o plenário”, afirmou ele ao site G1.
Usando a mídia que ganham nas polêmicas, a bancada evangélica aposta que tudo isso irá reverter em votos e se faz de vítima de preconceito. A bancada também acusa a mídia de desmoralizar o projeto com o apelido de “cura gay” e o governo de tirar o foco da situação do país. Para Marcos Feliciano, 2015 mostrará quem tem a razão: “Queriam fazer um circo aqui no plenário, o PSOL e ativistas estão tristonhos agora. Não haverá festa! Não seremos usados para desviar a atenção das precárias situações do país! Sempre soubemos que perderíamos nas comissões por sermos poucos. Mas em 2015 aguarde a Frente Evangélica! Seremos muitos! E agora sabemos quem é quem! Parabéns a todos! Marcamos posição!”, comentou ele no Twitter após a retirada do projeto do deputado tucano.
Mas o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) já afirmou que irá indeferir o pedido. Apesar do deputado do PR alegar que há uma brecha legal, como o projeto não chegou a ser votado, ele pode sim apresentar o projeto, porém a mesa diretora pode indeferir por “vício da matéria” ou pedir que o deputado colha 50% + 1 de assinatura dos parlamentares.